Ameaça invisível
A narrativa é protagonizada por Violet (Meghann Fahy, da minissérie Sereias), uma sobrevivente de violência doméstica que depois de anos resolve retomar a sua vida amorosa e está saindo em um encontro com Henry (Brandon Sklenar). Ela deixa o filho pequeno com a irmã e vai ao restaurante. Durante o encontro com Henry a protagonista começa a receber mensagens anônimas no celular ameaçando seu filho e dando ordens para que ela recupere um cartão de memória na posse de Henry. Sem ter como avisar ninguém por medo que a figura anônima dê cabo da ameaça, Violet tenta descobrir quem é o responsável sem despertar suspeitas.
É interessante como o filme recorre a variações de ângulos com planos holandeses (deslocando o eixo horizontal da câmera) ou em contra-plongée (câmera em ângulo vertical baixo) para construir o sentimento de inquietação e paranoia de Violet. O texto consegue ser criativo em criar situações de tensão dentro desse contexto reduzido do restaurante, mantendo a tensão mesmo que Violet seja uma personagem superficial, já que mesmo seu trauma de abuso existe mais para dar contexto à tensão do que para adicionar camadas a ela. Henry, por sua vez, é um interesse amoroso insosso ainda que Brandon Sklenar consiga demonstrar um cuidado genuíno por Violet.
As coisas desmoronam, no entanto,
quando a trama atinge seu clímax e é revelado quem no restaurante a estava
ameaçando e qual sua motivação. O responsável é relativamente previsível dentro
do número diminuto de suspeitos e a motivação dele soa excessivamente
mirabolante em um plano cheio de conveniências e elementos que o vilão não
teria como prever. Para um filme que tenta dialogar com medos muito reais de
que qualquer pessoa possa estar nos vigiando ou mandando conteúdo para nossos
dispositivos, é tudo tão exagerado que soa mais risível do que ameaçador.
Nota: 5/10
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