Durante boa parte do meu tempo
com este Um Lugar Silencioso me
lembrei bastante de Alien: O Oitavo
Passageiro (1979), já que ambos acompanham um grupo de personagens sendo
caçados por um predador cego, mas com sentidos aguçados, criando um sufocante
clima de tensão. Ainda assim, Um Lugar
Silencioso nunca se reduz a uma mera imitação graças ao seu cuidado na
construção das relações familiares que estão no centro da narrativa.
A trama se passa em um futuro
próximo no qual a humanidade foi quase que inteiramente exterminada por uma
espécie alienígena extremamente letal que é cega, mas usa o som para localizar
sua presa. A família de Lee (John Krasinski) e Evelyn (Emily Blunt) sobrevivem
por já estarem acostumados a se comunicarem em silêncio por sua filha Regan (Millicent
Simmonds) ser surda e eles dominarem a linguagem de sinais. O grupo, mais o
filho caçula Marcus (Noah Jupe, de Extraordinário)
tenta sobreviver em uma fazenda abandonada fazendo tudo com o maior silêncio
possível.
Há um enorme cuidado na
construção do universo e em nos fazer crer que aquelas pessoas realmente vivem
sob aquelas condições há mais de um ano e criaram todo tipo de mecanismo e
gambiarra possível para não produzir som. Do momento em que vemos Lee criar uma
trilha com areia para poder abafar o som dos passos às tábuas pintadas no
assoalho (mostrando em qual pisar para não fazer ruídos), ou mesmo o uso de
grandes folhas para servir a comida ao invés de pratos e talheres, há um visível
cuidado em nos deixar imersos nesse universo e suspender nossa descrença de que
viver daquela forma seria plenamente possível.















