Na superfície Philomena parecia ser mais um daqueles melodramas convencionais baseados em casos reais que sempre surgem na época de Oscar e outras premiações para tentar amealhar algumas indicações e prêmios de modo a aumentar visibilidade e arrecadação. Daqueles que oferecem lágrimas e risos na medida certa e mandam todo mundo feliz e emocionado na volta para casa, mas que não tem nada demais. Felizmente não é isso que acontece e Philomena é um filme muito bem conduzido, com uma narrativa ágil e reviravoltas que nos atingem feito um soco no estômago e uma sensibilidade sincera que jamais soa forçada ou exagerada.
A trama acompanha o jornalista e ex-assessor do governo britânico Martin Sixsmith (Steve Coogan) que se encontra em depressão depois de ser demitido de modo controverso (algo que o filme jamais explica). Buscando um novo trabalho, acaba encontrando por acaso a idosa Philomena Lee (Judi Dench), uma mulher que foi abandonada pelo pai em um convento ainda adolescente depois de engravidar, teve seu filho vendido para adoção pelas freiras e passou os 50 anos seguintes tentando encontrá-lo. Assim, Sixsmith decide fazer uma matéria acompanhando a aposentada em sua busca para reencontrar o filho.
Os dois formam uma dupla improvável com a personalidade positiva, ingênua e crédula de Philomena contrastando com o cinismo, o sarcasmo e a amargura de Sixsmith, que começa sua pesquisa vendo toda situação apenas como uma forma de faturar. Entretanto, conforme vai desvendando a questão do filho de Philomena, se envolve cada vez mais com a busca e se revolta com o tratamento desonesto preconceituoso e fundamentalmente pouco cristão dado a ela pelas freiras do convento em que foi abandonada.











