Para mim sempre é mais difícil falar de filmes dos quais realmente gostei do que aqueles que considerei medianos ou dos que não me agradaram. Não sei exatamente o motivo, talvez o fato de uma obra ter um impacto tão grande sobre mim acaba gerando um apego afetivo que obscurece meu raciocínio ou eu perceba uma riqueza tão grande que me perco na hora de organizar a minha fala. O Som ao Redor é um destes filmes (assim como O Mestre e Antes da Meia Noite) e tenho certeza de que não importa qual seja a qualidade final de meu texto, sairei invariavelmente decepcionado do meu trabalho, pois sinto que não importa o que escreva, certamente sentirei que não fiz justiça à obra, afinal não posso escrever indefinidamente e em algum momento precisarei colocar um ponto final. De todo modo, tentarei.
Dirigido pelo crítico e cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho,O Som ao Redor nos mostra o cotidiano de um bairro de classe média de Recife e como as pessoas vivem em um estado constante de tensão e medo trancafiados em seus condomínios murados e janelas gradeadas. A chegada ao bairro de um grupo de segurança particular (mas que é quase uma milícia) encabeçado pelo misterioso Clodoaldo (Irandhir Santos) promete trazer mais tranquilidade, mas também traz alguns conflitos.











