Este
O Ano Mais Violento é basicamente um
filme de máfia sem os elementos que normalmente se espera de um filme de máfia.
É um testamento à confiança e talento de um cineasta quando ele resolve tratar
algo que já foi tão reproduzido e ao invés de confortavelmente embarcar nas convenções
dos gêneros ou subgêneros com os quais está trabalhando, resolve seguir uma
lógica própria que se conforma com o universo e personagens que se quer
desenvolver e não com expectativas e relações extra-textuais pré-fabricadas.
Digo isso porque aqueles que entrarem para ver este filme esperando apenas um
"filme de máfia" estarão cometendo um erro tão grande quanto as
pessoas que foram assistir Amantes Eternos (2014), de Jim Jarmusch, esperando
apenas um "filme de vampiro". Se, no entanto, conseguir abandonar
noções pré-concebidas e se deixar levar pelo que J.C Chandor quer fazer aqui,
certamente irá aproveitar este relato soturno e melancólico de um homem que
tenta não agir como um criminoso.
A
trama se passa no inverno de Nova Iorque em 1981, estatisticamente um dos anos
de maior criminalidade da cidade. A história segue o imigrante Abel (Oscar
Isaac) que tenta expandir seu negócio de óleo, mas uma disputa de território
entre outros distribuidores, bem como um indiciamento de um promotor (David
Oyelowo) que parece focado apenas em Abel e problemas com sindicatos parecem se
colocar no caminho do empresário.


















