quarta-feira, 5 de junho de 2024

Drops – Tartarugas Até Lá Embaixo

 

Drops – Tartarugas Até Lá Embaixo

Review – Tartarugas Até Lá Embaixo
Adaptando o romance homônimo de John Green (responsável por A Culpa é das Estrelas e Cidades de Papel), Tartarugas Até Lá Embaixo traz o tipo de história de amadurecimento que tornou o escritor célebre. Por mais que não saia muito do padrão que se espera para esse tipo de história, ainda assim o drama adolescente tem seus méritos.

A trama é protagonizada por Aza (Isabela Merced), uma garota com transtorno obsessivo compulsivo que sempre acha que está infectada com alguma coisa e mantem uma ferida constantemente aberta no dedo. Quando um bilionário da construção desaparece misteriosamente, a melhor amiga de Aza, Daisy (Cree Cicchino), sugere que elas investiguem o caso para conseguirem a recompensa por ele. Daisy sugere que Aza use sua conexão com o filho do ricaço, Davis (Felix Mallard), a quem conheceu anos antes, para tentar descobrir alguma nova informação.

A investigação coloca Aza em uma jornada que a tira de sua zona de conforto e a faz confrontar seu transtorno, o impacto que isso tem em sua vida e nas pessoas à sua volta. O mistério em, por outro lado, acaba sendo deixado de lado durante boa parte do filme e é resolvido subitamente perto do final. O que interessa mais a trama é o percurso de Aza para se descobrir e entender que seus transtornos não são a única coisa que a definem.

A diretora Hannah Marks usa muito a montagem para ilustrar o hiperfoco que Aza tem com doenças e infecções, inserindo cortes rápidos com imagens de bactérias e microorganismos acompanhados de uma narração acelerada da voz da personagem para mostrar como a mente dela trabalha sem parar imaginando esses temores que não são necessariamente reais de uma maneira que Aza não tem muito controle, quase como se ela estivesse de carona na própria mente, o que ajuda a entender a crise de identidade da garota.

Como é comum nas obras de John Green, a trama acerta ao expor as falhas imaturidades de seus personagens, evitando um retrato muito romantizado da juventude ao mostrar Aza, Daisy e os demais podem agir de maneira imatura, egoísta e por vezes magoam as pessoas à sua volta com a intempestividade imatura da adolescência. Embora estruturalmente o filme não saia daquilo que se espera de uma trama sobre jovens lidando com as dores do amadurecimento, a produção envolve pela sensibilidade com a qual apresenta o transtorno de Aza e também pela química entre ela e Daisy, com Isabela Merced e Cree construindo um afeto e eventuais tensões bem genuínas entre as duas personagens, convencendo de que são garotas que convivem desde a infância.

 

Nota: 6/10


Trailer

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