quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Crítica – What If...?: Segunda Temporada

 

Análise Crítica – What If...?: Segunda Temporada

Review – What If...?: Segunda Temporada
A primeira temporada de What If...? tinha algumas boas histórias, mas sofria um pouco com alguns episódios que não desenvolviam suas premissas de modo interessante. Essa segunda temporada é mais consistente na sua curadoria de histórias e apresenta tramas que se valem melhor de suas ideias.

Como na primeira temporada, a série acerta ao situar suas tramas em diferentes gêneros. O primeiro episódio protagonizado pela Nebulosa é bem tributário ao film noir, remetendo a produções como O Falcão Maltês (1940) ou o noir futurista de Blade Runner (1982). O episódio de Peter Quill invadindo a Terra remete a filmes de monstro e aquele que traz Happy preso na torre dos Vingadores com um bando de criminosos é claramente feito para remeter a Duro de Matar (1988).

A temporada também traz histórias que chamam a atenção por focarem em personagens novos ou menos explorados, como o sétimo episódio que foca na relação de Hela e Wenwu, ponderando como a deusa da morte poderia se transformar caso passasse por algo similar ao Thor no seu primeiro filme. O sexto episódio traz uma garota indígena, Kahhori, no século XVII que recebe poderes do cubo cósmico e pensa como os nativo-americanos poderiam ter resistido à colonização europeia.

O elo fraco acaba sendo o episódio envolvendo Tony Stark chegando ao planeta Sakaar, que curiosamente tinha sido planejado para a temporada anterior, mas não ficou pronto a tempo por conta da pandemia. Apesar do interesse no episódio ser a redenção da Gamora, ele é tão focado no Stark e ela aparece tão pouco que o arco da personagem não funciona. Também há o problema da performance de Jeff Goldblum como o Grão-Mestre pender tanto para o absurdo, o caricato e o excêntrico que o personagem nunca soa como o autocrata implacável que a trama tenta dizer que ele é, um problema já presente desde sua primeira aparição no superestimado Thor Ragnarok (2017).

Esse segundo ano parece sedimentar a Capitã Carter como a personagem (ou uma das) principal da série, com ela aparecendo em três episódios. Um deles continua o gancho deixado no ano de estreia, com Peggy encontrando o Esmaga-Hidra e funcionando como o Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014) da Capitã. O outro a leva para o universo 1602 que, embora divertido e coerente com a jornada da personagem, fica aquém da graphic novel Marvel 1602 roteirizada pelo Neil Gaiman e me faz querer uma adaptação mais direta desse quadrinho (aliás, porque a Marvel não adapta algumas dessas minisséries em filmes animados como a Warner/DC faz?). O terceiro e episódio final da temporada coloca Peggy mais uma vez diante de uma ameaça multiversal e a constrói uma das principais defensoras do multiverso ao enfrentar (e redimir) um poderoso inimigo.

Como no primeiro ano, a série continua a acertar na construção das cenas de ação, seja no embate entre Quill e Ego no segundo episódio ou no nas lutas envolvendo Hela e Wenwu no sétimo, em especial no confronto final com Odin. O destaque, porém, fica nas cenas de ação envolvendo a Capitã Carter, Kahhori e o Strange Supremo no episódio final, que exploram com criatividade os vastos poderes de alguns desses personagens e o modo como eles usam diferentes artefatos que vimos ao longo das duas temporadas, como a espada do Thor de 1602, a armadura do Ultron Infinito ou a coroa de Hela.

Com episódios que exploram melhor os conceitos apresentados e as consequências de desvios da linha do tempo principal, a segunda temporada de What If...? é mais consistente que seu ano de estreia. O desfecho ainda deixa a impressão de que a Capitã Carter ainda deve ser uma figura presente na série, ainda que a série provavelmente continue a explorar outras possibilidades de histórias com outros personagens.

 

Nota: 8/10


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