terça-feira, 24 de outubro de 2023

Drops – Hypnotic: Ameaça Invisível

 

Análise Crítica – Hypnotic: Ameaça Invisível

Review – Hypnotic: Ameaça Invisível
Dirigido por Robert Rodriguez Hypnotic: Ameaça Invisível soa como uma mistura de A Origem (2010) com Em Transe (2013) e O Vidente (2007), mas não consegue fazer nada de interessante com essa junção de elementos. A trama gira em torno do detetive Rourke (Ben Affleck), um policial traumatizado pelo sequestro da filha que busca incansavelmente seu paradeiro. As coisas se complicam quando Rourke encontra o misterioso Dellrayne (William Fichtner), um sujeito que parece ter o poder de controlar a mente das pessoas ao seu redor. Com a ajuda da misteriosa Diana (Alice Braga), o policial descobre que Dellrayne é um “hipnótico”, alguém com o poder de influenciar as mentes dos outros e alterar as percepções de realidade de seus alvos.

A ideia de poder mexer com a mente das pessoas poderia ser um veículo para pensar o funcionamento da psique humana e como projetamos nossa subjetividade no mundo a nossa volta. Poderia ser usado também como uma metáfora para os tempos de desinformação em que vivemos, onde pessoas vivem presas em bolhas de fake news e não conseguem mais se conectar com a realidade. Ao invés disso, os poderes dos personagens são usados apenas para gerar cenas de ação e reviravoltas.

O problema, na verdade, nem é focar na ação. A impressão é que as regras de funcionamento dos poderes são muito frouxas e mudam de acordo com a necessidade da trama, nunca permitindo que o espectador ajuste suas expectativas e criando a impressão de que vale qualquer coisa. A narrativa se move como se tivesse a obrigação de fazer cada reviravolta mais bombástica que a anterior ao ponto em que cada nova informação desfaz o que veio antes até culminar em um clímax que basicamente reproduz o velho clichê de “foi tudo um sonho”, anulando tudo que vimos até então em termos de trama ou de personalidade dos protagonistas ao ponto em que não temos mais nada para nos conectar à narrativa.

A ação até tenta usar criativamente as habilidades dos personagens, com perseguições em paisagens urbanas que se movimentam e se dobram, mas não tem nada que já não vimos em produções como A Origem ou os filmes do Doutor Estranho. Com isso, Hypnotic: Ameaça Invisível é uma colcha de retalhos inferior à soma de suas partes, entregando reviravoltas sem impacto e ação genérica, mas ao menos não se alonga além da conta com concisos noventa minutos de duração.

 

Nota: 4/10


Trailer

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