terça-feira, 11 de outubro de 2022

Crítica – Lobisomem na Noite

 

Análise Crítica – Lobisomem na Noite

Review – Lobisomem na Noite

Em tempos que qualquer blockbuster mediano se estende por mais de duas horas, é um alívio ver um filme que vai direto ao ponto com uma duração enxuta (cerca de 60 minutos) como este Lobisomem na Noite, especial televisivo produzido pela Marvel. A duração não é por acaso, já que o especial visa emular a estética e temas de antigos filmes de monstro da década de 1930 ou 1940 feitos pela Universal ou pela Hammer.

Na trama, Jack Russell (Gael Garcia Bernal) é um caçador de monstros que se reúne com outros caçadores para uma provação que lhes dará a Bloodstone, joia de incrível poder contra monstros. Enquanto outros caçadores, como Elsa Bloodstone (Laura Donnelly), herdeira da família, tentam matar uma criatura e clamar a joia, Jack visa libertar o monstro. A razão disso é que Jack é um lobisomem. Logicamente Jack tem sua faceta monstruosa descoberta e se torna refém dos caçadores.

Da escolha pelo preto e branco às marcas de queimadura no canto da tela, tudo é feito para evocar um filme antigo. Algo que também está presente na predominância de efeitos práticos, nas performances exageradas e também em seus temas centrais. Tal como nos antigos filmes de monstro da Universal, a criatura aqui é tratada como um ser incompreendido. Alguém que tenta fazer a coisa certa e luta contra a própria monstruosa mesmo sendo tratado como uma ameaça pelos demais.

Nesse sentido, Gael Garcia Bernal consegue trazer charme e vulnerabilidade a Jack, um sujeito com plena consciência das coisas horríveis que faz quando se transforma. É visível, por exemplo, o desespero dele ao ver que os caçadores irão forçar sua transformação, fazendo Jack pedir que o matem ainda em sua forma humana. Já Laura Donnelly traz uma seriedade obstinada a Elsa, uma mulher focada em reaver aquilo que julga ser seu por direito ainda que os outros a considerem como pária.

Apesar de ser uma produção da Marvel, o filme traz mais gore e sangue do que é comum nos filmes do estúdio. Vemos desmembramentos, gargantas cortadas e sangue jorrando de maneira bastante explícita, ainda que tudo seja um pouco suavizado pelo fato de estar em preto e branco. Inclusive, quando Jack se transforma em lobisomem e começa a atacar os caçadores, o sangue começa a jorrar na tela. Ainda que tenha essa violência mais explícita, é uma trama que pende mais para a aventura do que para o horror propriamente dito, o que pode decepcionar quem está a procura de medo ou sustos.

O filme também se limita a reproduzir o formato de antigos filmes de monstro falhando em dar qualquer olhar mais contemporâneo ou agregar qualquer coisa em termos estéticos ou narrativos. É uma homenagem que compreende o que tornava esses filmes especiais sem, no entanto, ter qualquer ambição de elevar isso a novas direções como faz, por exemplo, o cinema de Guillermo del Toro.

Ainda assim, Lobisomem na Noite é uma concisa homenagem aos antigos filmes de monstro.

 

Nota: 7/10


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