quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Crítica – Ys VIII: Lacrimosa of Dana


Análise Crítica – Ys VIII: Lacrimosa of Dana


Review – Ys VIII: Lacrimosa of Dana
Eu confesso que apesar de ser fã de RPGs japoneses nunca tive muito contato com a franquia Ys. Eu sabia da existência dela já na época do Super Nintendo, mas só fui jogar algum jogo da série anos atrás com Ys Seven para PSP e passei a apreciar a jogabilidade de RPG de ação da franquia. Isso inevitavelmente me levou a este Ys VIII: Lacrimosa of Dana, que não joguei logo que foi lançado, mas eventualmente chegou às minhas mãos.

Como os outros jogos da série, a trama é centrada em um guerreiro de cabelos vermelhos chamado Adol Cristin. O protagonista está em uma viagem de navio quando a embarcação é atacada por uma poderosa criatura marinha que destrói todo o barco. Adol e outros membros da tripulação acordam em uma ilha deserta e aos poucos descobrem que a ilha guarda muitos mistérios, como a presença de criaturas que muitos acreditavam estarem extintas, os Primordials (basicamente dinossauros), e as ruínas de uma antiga civilização. Adol começa a sonhar com essa civilização e com uma sacerdotisa chamada Dana e, assim, Adol precisa desvendar os mistérios da ilha ao mesmo tempo em que precisa encontrar o resto dos sobreviventes e arranjar um meio para sair da ilha.

O viés da sobrevivência acaba adicionando algo de singular e diferente a uma narrativa que, de outro modo, seria uma trama típica de JRPG envolvendo a corrida para salvar o mundo e evitar uma calamidade cósmica. O elenco, tanto de personagens jogáveis quanto de sobreviventes a serem encontrados e recrutados para sua vila, é formado por figuras pitorescas o bastante para manter o jogador interessado mesmo quando a trama caminha por uma coleção de elementos convencionais do gênero.

O combate é em tempo real, com o jogador podendo alternar livremente entre os três personagens que leva consigo em seu grupo (e existem um total de seis personagens jogáveis). Muitos monstros tem vulnerabilidades a tipos específicos de dano, como cortante, perfurante ou contundente, assim é preciso observar o tipo de dano de cada personagem para montar um grupo equilibrado e não ser pego desprevenido por um monstro para o qual o jogador não tem a sua fraqueza. É importante explorar essas fraquezas porque as criaturas, principalmente as maiores, causam muito dano.

Deste modo, sair apertando botões a esmo e atacar cegamente não é uma boa estratégia contra inimigos poderosos e chefes. Para ajudar, o game tem uma mecânica chamada Flash, que faz os inimigos se moverem em câmera lenta por alguns segundos toda vez que o jogador faz uma esquiva ou bloqueio no momento certo. Assim, o jogador tem alguns segundos para atacar livremente, causando dano sem preocupação. Outra mecânica que deve ser explorada é o atordoamento. Todo inimigo tem uma barra que vai se enchendo conforme ele é atacado e quando essa barra enche ele fica temporariamente atordoado, ficando sem atacar e recebendo mais dano por um breve momento. Dominar todas essas mecânicas é importante para sobreviver ao desafiador combate, principalmente a partir da segunda metade do jogo.

Enquanto explora a ilha, o jogador vai encontrando outros sobreviventes do naufrágio e recruta esses sobreviventes para a vida. Cada náufrago tem algo a contribuir, como ajudar a fazer itens de cura, fazer comida, forjar armas, refinar materiais, então a vila vai visualmente se modificando conforme ela vai crescendo. Recrutar náufragos também é essencial para progredir na exploração da ilha, já que para remover alguns obstáculos encontrados, como troncos de árvore ou deslizamentos de terra, é preciso ter um número específico de habitantes em sua vila para conseguir remover os obstáculos. Além da remoção de obstáculos, o jogador também encontra alguns itens que ajudam a alcançar novas partes da ilha, como luvas que permitem escalar vinhas ou botas que permitem caminhar sobre terrenos pantanosos.

A vila também é constantemente atacada por monstros. Nesses momentos, chamados de Raids, o jogador precisa defender os portões da vila de ondas de monstros que chegam para atacar. Para facilitar a defesa, é preciso criar fortificações com os materiais coletados durante a exploração. Ao longo do jogo, os habitantes pedem ajuda de Adol com algumas tarefas e cumprir essas missões secundárias não só garante recompensas de itens ou materiais, mas também aumenta a aprovação do jogador com os habitantes. Com o aumento da aprovação são desbloqueadas habilidades passivas que fornecem bônus em atributos durante as batalhas dos Raids.

Ocasionalmente, para proteger a vila, também serão empreendidas caçadas para liberar determinadas áreas de infestação de monstros. Nessas caçadas o jogador precisa colocar tochas em pontos específicos e destruir ninhos de monstros dentro de um tempo específico. Essas atividades ajudam a dar alguma variedade ao gameplay, embora a maioria das missões secundárias gire em torno de fetch-quests de coletar uma quantidade específica de materiais ou eliminar um determinado número de algum tipo de monstro.

Com um combate desafiador e uma trama de sobrevivência Ys VIII: Lacrimosa of Dana consegue trazer frescor e variedade de jogabilidade a uma jornada que poderia ser completamente convencional.

Nota: 8/10


Trailer

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