sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Crítica - Digimon Story: Cyber Sleuth


Análise - Digimon Story Cyber Sleuth

Review Digimon Story Cyber Sleuth
Depois de quase um ano de seu lançamento no Japão para PS Vita, o RPG Digimon Story: Cyber Sleuth finalmente traz os monstrinhos digitais ao ocidente e agora também com uma versão para o PS4 (usado neste texto). Além do óbvio apelo da franquia Digimon, o que me atraiu ao game é fazia tempo que eu estava atrás de um RPG mais tradicional, com batalhas em turnos e encontros aleatórios, e acabei encontrando aqui exatamente o que eu estava buscando.

A história se passa no futuro quando é possível digitalizar o corpo e habitar uma realidade virtual chamada EDEN. Um dia o protagonista (ou a protagonista, dependendo de sua escolha) e seus amigos são convidados por um hacker a uma parte antiga e oculta desse mundo virtual. Lá são presenteados com o aplicativo "Digimon Capture" que os permite pegar e usar Digimons, programas comumente usado pelos hackers. Nesse momento o grupo é atacado por uma estranha criatura chamada Eater e o monstro ataca o protagonista no exato momento em que tentava fazer logoff do EDEN e é quase devorado pela criatura. O protagonista é salvo pela detetive Kyoko Kuremi, que o ajuda a recuperar seu corpo, agora parte humano e parte digital, e assim se alia à detetive para desvendar uma perigosa conspiração envolvendo a empresa que controla o EDEN.

Obviamente tudo escala a um ponto em que múltiplos universos convergem e uma grande ameaça põe em risco o nosso mundo e o mundo digital. Ao longo das cerca de 50 a 60 horas a narrativa se mostrou mais interessante do que esperava, me apresentando a personagens carismáticos, com personalidades bem desenvolvidas e bem-humoradas (em parte graças à ótima dublagem japonesa), e algumas reviravoltas que realmente me pegaram de surpresa.

Chama atenção o nível de cuidado e detalhamento das criaturas, que nunca foram tão bem retratadas em um game. Os digimons são vívidos, coloridos e se movimentam como lembrávamos nos desenhos. Os personagens humanos são igualmente bem cuidados e também bastante expressivos. Claro que não é nada que realmente faz cair o queixo, afinal é um game originalmente lançado para um portátil, mas ainda assim é bem competente. Os cenários no mundo real reproduzem com fidelidade certos bairros de Tóquio, enquanto que os ambientes digitais trazem uma estética mais futurista. Os ângulos fixos de câmera ajudam a mascarar algumas texturas simplórias do cenário, mas aqui e ali, especialmente durante as cutscenes, a pobreza das texturas acaba chamando atenção.
Além de explorar o mundo e resolvendo estranhos mistérios envolvendo os digimons, também colocamos as criaturas para lutar em um tradicional sistema de combate por turnos que lembra muito aquele visto em Final Fantasy X. Os encontros são aleatórios e quando entramos em combate levamos até três digimons para a batalha, mas estes podem ser trocados livremente durante o combate entre os onze que é possível levar consigo. Uma barra na lateral mostra a ordem dos turnos e permite que planejemos nossas ações com certa antecedência. Cada digimon tem um tipo (dado, vírus, vacina ou neutro) e um elemento (fogo, eletricidade, etc), cada um com suas fraquezas e resistências e saber quando usar cada tipo é parte importante da estratégia.

As criaturas trazem seus golpes especiais característicos dos animes e aparições em outras mídias, além de mais algumas habilidades secundárias que vão sendo aprendidas conforme sobem nível, que trazem novos ataque, além de buffs e debuffs. Subir de nível também permite evoluir as criaturas e acessar novas formas. Para adquirir novas criaturas, o protagonista "escaneia" os dados dos monstros adversários no início de cada batalha e quando o "scan" chega a 100% depois de alguns combates é possível recriar o monstro em seu Digi-Lab. As 240 criaturas contidas no jogo realmente nos mantém entretidos em pegar e evoluir todas, mas não deixam de parecer pouco quando lembramos que existem muito mais que isso. Os monstros que você não leva nas missões podem ser colocados na Digifarm, na qual podem criar itens ou treinar, tanto para subir de nível quanto para aumentar algum atributo específico.
O único problema é que com exceção dos chefes e algumas missões secundárias, o combate é relativamente fácil e a maioria dos encontros aleatórios é vencida sem que eu sequer tenha tomado um golpe. Claro, é possível que isso se deva a minha familiaridade com esse tipo de jogo, mas, de todo modo, é algo importante a ser mencionado, já que só mesmo no terço final do jogo é que senti que o domínio das mecânicas de combate era necessário para ter êxito enquanto que antes apenas tornava extremamente fácil que destroçasse rapidamente meus inimigos. Esse crítica já tinha sido feita no lançamento original no Japão e felizmente a Namco Bandai ouviu as queixas para o lançamento ocidental ao acrescentar a possibilidade de aumentar o nível de dificuldade, mantendo assim o interesse em seu sólido sistema de combate.

Assim sendo, Digimon Story: Cyber Sleuth pode não reiventar a roda, mas traz uma aventura carismática e divertida, beneficiada por um uso consistente de seu sistema de batalha, tornando-o irresistível para fãs dos monstrinhos digitais e para apreciadores de um bom RPG com combates por turnos.

Nota: 8/10

O game está disponível para PS4 e PS Vita.

Trailer:

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