segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Crítica – The Umbrella Academy: 2ª Temporada

Análise Crítica – The Umbrella Academy: 2ª Temporada


Review – The Umbrella Academy: 2ª Temporada
Quando escrevi sobre a primeira temporada de The Umbrella Academy, mencionei que o mais interessante da série era o carisma de seus personagens e a excentricidade de seu universo. Esses elementos continuam a ser a principal força da série no seu segundo ano.

A trama continua no ponto em que o ano de estreia parou. Depois de tentar viajar no tempo com o resto da família para fugir do apocalipse causado por Vanya (Ellen Page), Cinco (Aidan Gallagher) acidentalmente leva todos ao Texas da década de 60. Cada um chega em momentos diferentes, com Cinco sendo o último, aparecendo dias antes do assassinato do presidente Kennedy em 1963. Ao se dar conta de onde está Cinco tem a visão de outro apocalipse que talvez esteja ligado a uma tentativa de alterar a linha do tempo e impedir a morte de Kennedy.

Estruturalmente a narrativa segue o mesmo padrão da primeira temporada, com a família espalhada e dividida precisando lidar com seus problemas individuais para se reunir e enfrentar um apocalipse iminente. Ainda assim funciona por conseguir ir além do que foi apresentado sobre esses personagens. Allison (Emily Raver-Lampman) constrói uma nova vida para si depois de ficar impossibilitada de usar seus poderes, aprendendo a conquistar tudo por conta própria. Vanya, sem memória, é achada por uma dona de casa que vive em uma fazenda com um filho autista, enquanto Klaus (Robert Sheehan) acidentalmente vira um líder de culto.

Se no primeiro ano a jornada deles era entender que o trauma em comum não tinha nada a ver uns com os outros e sim com o tratamento que tiveram do “pai”, aqui eles lidam com seus problemas individuais. Klaus precisa aprender a deixar de fugir da realidade, Cinco é confrontado com seu passado por sua atividade como assassino da Comissão e Diego (David Castañeda) tem que lidar com seu complexo de herói.

Além de uma competente reconstrução dos anos sessenta, a temporada expande ainda mais o universo excêntrico da série, mostrando mais da burocracia interna da Comissão, como um dirigente que é basicamente um peixinho dourado em um corpo robótico, assim como o comitê secreto do qual Sir Reginal (Colm Feore) faz parte ou o trio de assassinos suecos que persegue os protagonistas. Kate Walsh continua sendo uma ótima vilã como a ardilosa Gestora. Sempre um passo a frente de Cinco e com uma personalidade grandiloquente complementada por figurinos estranhos, Walsh faz dela uma antagonista marcante ainda que ela não tenha muita motivação além de uma vontade genérica querer controlar o tempo e espaço.

O elenco continua a ter uma boa química em conjunto, convencendo de que são uma família disfuncional e muitos dos melhores momentos vem simplesmente desses personagens interagindo entre si, como a cena entre Klaus, Allison e Vanya em um salão de beleza. É por conta dessa química que os momentos climáticos, como a conversa entre Ben (Justin H. Min) e Vanya próxima ao final, funcionam com tanto impacto emocional. Além disso, a assassina Lila (Ritu Arya) acaba se mostrando uma boa adição ao elenco, tanto pelos conflitos que cria entre os personagens quanto pelas cenas de ação que suas habilidades rendem.

Apesar de repetir a mesma estrutura narrativa do primeiro ano, a segunda temporada de The Umbrella Academy acerta ao aprofundar seus personagens e expandir seu excêntrico universo.

 

Nota: 8/10


Trailer

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