terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2

Análise Crítica – A Morte Te Dá Parabéns 2


Review – A Morte Te Dá Parabéns 2
O primeiro A Morte Te Dá Parabéns (2017) funcionava como uma mistura divertida entre terror slasher e filme de viagem no tempo. Essa continuação acaba focando mais na questão da viagem no tempo e universos paralelos, deixando a parte do slasher e do assassino um pouco de lado.

A trama começa pouco tempo depois do final do primeiro. Tree (Jessica Rothe) descobre que o loop temporal no qual ficou presa antes foi causado por um experimento realizado em sua faculdade. Quando o reitor tenta desativar o aparelho durante um novo experimento, Tree se vê mais uma vez presa no loop do dia do seu aniversário, mas desta vez ela está em um universo paralelo no qual os eventos se desenrolaram de uma maneira diferente e pessoas conhecidas, como Carter (Israel Broussard), são bem diferentes de como eram em seu universo.

De início o filme parece adotar uma abordagem bem humorada e metalinguística sobre a questão de ser uma continuação e como Tree está farta de, mais uma vez, ter que repetir tudo de novo. O filme brinca com as convenções e armadilhas de se fazer uma continuação, mas acaba esquecendo tudo isso lá pela metade.

O que começava irônico acaba se tornando uma reciclagem preguiçosa das mesmas ideias do primeiro filme, colocando a personagem diante das mesmas questões e conflitos. Assim como antes, ela precisa lidar com o trauma da perda da mãe e desapegar disso, bem como se dar conta do afeto que sente por Carter. O arco dramático de Tree é praticamente o mesmo, não há crescimento ou evolução por parte da personagem, ela simplesmente passa pelos mesmos problemas. Eu sei que é um filme sobre viagens no tempo e loops temporais, mas mesmo histórias assim, como a trilogia De Volta Para o Futuro, constroem uma evolução de seus protagonistas ao longo dos filmes.

O elemento slasher é deixado de lado durante boa parte da projeção, com o assassino aparecendo tão pouco que raramente soa como uma ameaça. Sim, a trama apresenta alguns momentos divertidos de gore com Tree se suicidando para resetar a linha do tempo, mas são ocorrências pontuais demais para tornar a experiência memorável. Ao substituir a ironia e o gore por um monte de cenas expositivas de uma pseudociência que nunca justifica plenamente muita coisa, o filme perde boa parte do senso de diversão. Além disso, tropeça em alguns problemas de roteiro, em especial no clímax, que nunca explica o motivo do reitor aparecer um dia antes para encerrar o experimento (algo que os próprios personagens apontam), fazendo todo o final soar como um deus ex machina colocado para forçar uma tensão inexistente até então.

A despeito de alguns momentos divertidos, A Morte de Dá Parabéns 2 é uma continuação esquecível, que nunca consegue justificar a própria existência, preferindo deixar de lado o gore e a ironia em prol de uma repetição preguiçosa de tramas anteriores.

Nota: 5/10

Obs: Há uma divertida cena após os créditos.

Trailer

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