quinta-feira, 30 de junho de 2016

Crítica - Procurando Dory



Apesar de adorar Procurando Nemo (2003) tenho que admitir que não estava muito empolgado para este Procurando Dory. Por mais que a Pixar tenha mostrado que sabe fazer continuações com os filmes da franquia Toy Story, as demais sequências feitas pelo estúdio tinham ficado abaixo dos originais, como ocorreu com Universidade Monstros (2013) e o horrendo Carros 2 (2011) e eu temi que a aventura de Dory se enquadrasse na segunda categoria. Felizmente isso não acontece e o filme é divertido e adorável, ainda que seja bastante similar ao anterior.

Na trama, Dory (Ellen DeGeneres) começa a ter lembranças de sua infância e resolve procurar os pais, que aparentemente vivem em um aquário no estado da Califórnia. Preocupados com a amiga desmemoriada, Marlin (Albert Brooks) e Nemo (Hayden Rolence) decidem acompanhá-la. Os problemas começam quando Dory é capturada por um grupo de cientistas e Marlin e Nemo precisam dar um jeito de resgatá-la do aquário.



O filme repete muita coisa do primeiro, como o início trágico, o surfe com as tartarugas nas correntes marinhas, os protagonistas sendo perseguidos por um grande predador (apenas trocando os tubarões por uma enorme lula) e os primeiros minutos dão a entender que tudo será uma pálida repetição do primeiro. Em termos temáticos, também bate em teclas similares ao original, falando da importância de permitir que os filhos explorem o mundo por conta própria e lembrando da importância da cooperação e amizade. É apenas quando Dory chega ao aquário na Califórnia que o filme começa a engrenar e caminhar por conta própria, se afastando da narrativa original e nos apresentando a novos e interessantes personagens, como o divertido e constantemente irritado polvo Hank (Ed O'Neil) e a tubarão-baleia Destiny (Kaitlin Olson).

O centro das atenções, no entanto, é mesmo Dory, que já tinha roubado a cena em Procurando Nemo (2003) e aqui consegue funcionar muito bem como protagonista, tendo seu passado mais explorando e fazendo o público compreender seu drama de não reter memórias, bem como alguns aspectos mais divertidos de sua personalidade como falar o "idioma" das baleias. A sua versão infantil que aparece nos flashbacks é verdadeiramente adorável e muitas cenas entre ela e os pais trazem um impacto emocional bastante verdadeiro. O polvo Hank rouba a cena com seu jeito turrão, fazendo um ótimo contraponto à personalidade ingênua e cômica de Dory.

A essa altura acho que nem preciso mencionar o quando a animação é visualmente deslumbrante. Dos efeitos de iluminação sub aquática às complexas texturas da areia, algas corais, tudo é incrivelmente fotorrealista. Os personagens são bastante expressivos e carismáticos, passando uma variedade enorme de emoções apenas com movimentos faciais. Além disso, faz um bom uso do 3D que contribui para o senso da imensidão marítima.

Assim sendo, Procurando Dory é bem sucedido onde muitas continuações falham, aprofundando o desenvolvimento dos seus personagens e ampliando seu universo ao invés de apenas repetir o que já foi feito. O resultado é uma aventura tocante e divertida.


Nota: 8/10

Trailer:

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