segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Reflexões Boêmias: Melhores Filmes de 2015


Depois de fazer minha lista com os piores filmes do ano, chegou a vez de listar os melhores e devo dizer que foi muito mais difícil, tanto que o top 10 inicial acabou virando um top 15 e por pouco não virou um top 20 simplesmente porque tinha muita coisa que não queria deixar de fora. Assim como na lista de piores, levei em conta os filmes lançados comercialmente no Brasil em 2015, tanto nos cinemas quanto em vídeo e serviços de streaming. Sendo assim, sem mais delongas, vamos aos filmes.



O ator Joel Edgerton (que, confesso, nunca achei grande coisa) surpreende ao escrever, dirigir e protagonizar este suspense que vai aos poucos transformando uma situação banal como a de encontrar um amigo grudento e carente em um intricado e cruel plano de vingança que nos lembra como o passado sempre nos alcança.

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14 - O Clã

Baseado na história real de uma família argentina cujo patriarca sequestrava pessoas, o filme não é apenas uma história sobre crime, mas também um tratado sobre como cotidianamente somos coniventes com a violência e a crueldade.

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Em um filme que borra as fronteiras que separam documentário e ficção, as diretoras Petra Costa (de Elena) e Lea Glob evitam transformar a gravidez no "conto de fadas" ou no "período mágico" que o cinema normalmente vende, tratando-o como um momento recheado de dúvidas, inquietações, rejeição e bastante solitário.

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O diretor coreano Bong Joon-Ho (de O Hospedeiro) constrói uma intensa e provocativa ficção-científica sobre estratificação social e relações de poder.

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O terror é um gênero tão maltratado (tanto que dois aparecem entre os piores do ano) que quando aparece um bom exemplar é irresistível não recomendar. Ao invés de sustos gratuitos, o diretor David Robert Mitchell investe na construção de uma imersiva atmosfera de constante tensão e incerteza na qual nunca sabemos de onde virá a ameaça.

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Uma história sobre juventude que nos conquista por sua simplicidade e ternura. Além de sua sensibilidade em nos mostrar o despertar afetivo de dois adolescentes, ainda nos traz um despertar político que vai da rebeldia ao desencanto, fazendo comentários contundentes sobre nosso processo de (re)democratização.

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Depois da malfadada trilogia prelúdio, este novo filme traz um novo frescor à franquia ao trazer uma aventura ágil, com boas cenas de ação, cenários fantásticos e ótimos personagens, em especial a heroína Rey.

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O diretor Paul Thomas Anderson constrói aqui uma espécie de noir para maconheiros em uma narrativa que serve como metáfora para o fim dos lisérgicos anos 60. A condução de Anderson simula o estupor de uma bad trip que congrega os muitos movimentos e ideologias do período em uma trama na qual não há razão ou solução, apenas diversos "projetos de nação" fadados a autofagia até erodirem suas próprias ambições e nada mais reste.

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À despeito do título nacional sensacionalista, o filme é um cuidadoso estudo de personagem com ótimas performances de Mark Ruffalo, Channing Tatum e Steve Carell. Ao longo de sua tensa narrativa sobre poder, influência e loucura, vamos percebendo que certas coisas nem mesmo as maiores fortunas conseguem comprar.

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Uma vibrante, intensa e violenta jornada ao universo pós-apocalíptico concebido por George Miller. O diretor ainda ousa ao tornar Max um coadjuvante da própria história para abrir espaço para a imponente Furiosa, que desde já é uma das grandes heroínas de ação dos cinemas. Além disso, não se deixem enganar para a aparente simplicidade da narrativa, que trata de uma série de subtextos como a objetificação da mulher e o uso da crença como ferramenta de guerra de modo extremamente orgânico.

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Anna Muylaert tece uma agridoce trama sobre conflitos sociais, relações de classe e maternidades ausentes, colocando o dedo em uma ferida que é constantemente ignorada e até mesmo naturalizada. Regina Casé traz aqui seu melhor trabalho em muito tempo.

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Um passeio enérgico pelas angústias, inseguranças e ansiedades de um ator que luta para provar sua relevância e retomar a admiração pública que tanto almeja. Iñarritu ainda concebe uma ácida crítica ao meio do entretenimento sem fazer concessões e sem poupar ninguém.

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O único da lista a não ser exibido nos cinemas, indo direto para home video e serviços de streaming, o que é uma pena, já que merecia ser mais visto. Em seu primeiro filme como diretor, Alex Garland concebe uma inteligente mistura de ficção científica, suspense e pitadas de terror, entretendo e suscitando reflexões sobre a natureza humana. Destaque para o trabalho da sueca Alicia Vikander como a misteriosa e inescrutável robô Ava.

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Cheia de inventividade e doçura, a mais recente animação da Pixar não fica devendo em nada aos seus maiores sucessos. O filme surpreende ao conseguir tornar concretas ideias e conceitos abstratos, tornando sua jornada pela mente de uma garotinha palatável para crianças e adultos. Acerta também na construção de sua mensagem, que nos lembra que mágoa, dor e tristeza são tão importantes para nossas vidas e nosso desenvolvimento quanto os momentos de alegria.

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Mais do que o retrato de uma relação abusiva sobre professor e aluno ou uma mera história sobre bastidores da música, o filme apresenta questões complexas sobre o preço da excelência e o embate entre pedagogias diametralmente opostas. O diretor e roteirista Damien Chazelle é inteligente o bastante para evitar maniqueísmos e respostas fáceis, deixando o público chegar às suas próprias conclusões, fazendo as ideias do filme reverberarem em nossas cabeças horas (e dias) depois das luzes da sala de cinema terem se acendido. Não poderia deixar também de mencionar o trabalho assombroso de J.K Simmons como um rígido e brutal professor.
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Menções Honrosas (em ordem aleatória):



Ponte Dos Espiões

Beasts of No Nation



Bem, esses foram os quinze melhores e algumas menções honrosas, mas então, quais foram os melhores para você?

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