quinta-feira, 18 de julho de 2013

Crítica – Turbo

É difícil assistir Turbo e não se lembrar de Carros (2006) da Disney (e sua continuação), já que ambos se passam no universo das corridas automobilísticas, além das temáticas de aceitação, superação e trabalho em equipe. Neste sentido, o filme é basicamente um Carroscom lesmas, então se você gostou das duas animações da Disney, certamente irá apreciar este Turbo. Não há nada relativamente novo aqui, mas é suficientemente bem executado para não se tornar tedioso.
O filme é centrado em Turbo (Ryan Reynolds) uma lesma fã de corridas e que sonha em poder correr um dia. Por outro lado, seu irmão Chet (Paul Giamatti) e todas as outras lesmas o acham um louco sonhador, já que uma lesma é incapaz de ser rápida. Tudo muda quando a lesma passa por um bizarro acidente e se torna superveloz.
A obra é bastante competente em retratar a vida lenta e repetitiva das lesmas e como passam o tempo apenas tentando achar comida e se proteger de problemas, vivendo como se fossem operários em uma fábrica. É interessante o modo conformista como reagem quando uma delas é rapidamente arrebatada por uma ave e o design do garoto que passeia de velocípede pelo quintal cuja aparência remete à caricatura de um policial de seriado americano.
Uma pena que o filme comece a perder o fôlego lá pela metade da projeção a partir do momento em que introduz um grupo de personagens humanos que não tem muito carisma ou humor a oferecer a não ser tocar o filme para frente. Seria muito melhor se o filme recorresse a outros dispositivos para desenvolver a trama, já que tirando o grupo de lesmas corredoras, todo o segmento no shopping de beira de estrada pouco acrescenta ao filme.

A situação melhora no terço final quando Turbo finalmente se aproxima de correr as 500 Milhas de Indianápolis e investe em um humor autocrítico ao abordar a bizarrice de ter uma lesma competindo em uma prova de automobilismo. Lá a lesma conhece o piloto francês Guy (Bill Hader) que aos poucos vai deixando transparecer que não é o bom moço que aparenta e apesar do personagem se revelar um vilão bastante caricato, a maneira como o filme vai aos poucos dando pistas sobre seu verdadeiro caráter é algo que nem sempre se encontra em filmes infantis.
Turbo é um filme que apesar de movimentado e engraçado, nunca se arrisca ou acrescenta nada. É moderadamente divertido para agradar o público infantil, mas tem muito pouco a oferecer aos demais.
Nota: 5/10

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