segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Crítica - Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba


O primeiro Uma Noite no Museu (2006) era, na melhor das hipóteses, um passatempo descartável, mas não tinha nada realmente digno de nota. Apesar disso, conseguiu faturar uma continuação, que era apenas uma repetição expandida do primeiro filme. De um modo ainda mais incompreensível chegamos a este terceiro filme que é basicamente o total esgotamento da fórmula iniciada no primeiro.

No filme, Larry (Ben Stiller) percebe que há algo errado com a relíquia que dá vida aos objetos do museu. Para salvar todos, ele precisa levar o príncipe Ahkmenrah (Rami Malek) e sua relíquia para o Museu Britânico, onde estão expostas as múmias de seus pais, os únicos que conhecem seus mistérios. Em meio a tudo isso, Larry precisa se reaproximar do filho (de novo), já que ele não parece estar disposto a entrar para uma faculdade.

Tentar preencher os 97 minutos de filme com apenas este fiapo de trama é talvez o problema principal do filme, já que tudo segue um ritmo morno, sem energia ou criatividade, faltando o clima de aventura dos outros dois. Os personagens são todos os mesmos dos dois filmes anteriores e repetem as mesmas piadas, o que parece uma decisão pra lá de preguiçosa se levarmos em consideração a mudança de cenário.

Com a ida para a Inglaterra o filme podia colocar o protagonista para interagir com várias figuras britânicas como Shakespeare, Churchill ou a Rainha Vitória, ao invés disso, o único personagem a se juntar ao elenco é o cavaleiro Lancelot (Dan Stevens). Além dele, as únicas adições ficam por conta da vigia interpretada por Rebel Wilson, cuja verborragia e excessos soam mais aborrecidos do que engraçados, e um neanderthal demasiadamente parecido com Larry que apresenta um humor físico no qual as gags são pra lá de previsíveis.

Se o filme falha em nos apresentar uma aventura interessante, também falha em nos fazer rir. Não há muito mais piadas para fazer em cima de personagens que vemos nas mesmas situações durante dois filmes, então tudo parece uma repetição aborrecida. Mesmo atores carismáticos como Steve Coogan ou Robin Williams tem pouco a fazer com um material tão limitado.

Creio ter rido em apenas dois momentos em todo o filme. Um deles é quando Jed (Owen Wilson) e Octavius (Coogan) são carregados pelo duto de ventilação e a montagem alterna entre a diminuta perspectiva deles e uma perspectiva de alguém de tamanho normal. A outra é uma pequena ponta de Hugh Jackman como ele mesmo que poderia ser melhor não fosse a necessidade do filme em explicar a própria piada feita em cima do ator com "ele está fazendo o Wolverine".

O conflito do distanciamento entre Larry e o filho soa repetitivo por algo parecido já ter sido explorado no primeiro filme e também por ser uma construção demasiadamente clichê do dilema do pai que não aceita o crescimento do filho. Logicamente, ao logo do filme eles se reaproximam e tudo se resolve de modo extremamente óbvio.

Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba mostra o evidente desgaste de sua fórmula, apresentando um produto moroso, rasteiro e sem graça. Talvez os fãs fervorosos dos dois primeiros filmes consigam aproveitar um pouco, todo o resto do público, no entanto, tem pouco a aproveitar aqui.


Nota: 4/10

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