quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Crítica – O Menino e a Garça

 

Análise Crítica – O Menino e a Garça

Review – O Menino e a Garça
Divulgado como o último filme do venerável Hayao Miyazaki, O Menino e a Garça foi lançado nos cinemas japoneses sem qualquer trailer, apenas com um pôster para dar alguma noção do que seria. Até o lançamento no ocidente saíram alguns trailers, mas preferi assisti-lo sem ver nada, aberto a qualquer coisa que Miyazaki colocasse diante de mim e sem saber o que esperar.

A trama se passa no Japão da década de 1940 e acompanha Mahito, um garoto que perde a mãe em um bombardeio em sua vila durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é então mandado para morar com o pai e sua nova esposa, que está grávida. Mahito tem dificuldade de se adaptar a essa nova vida e as coisas começam a ficar estranhas quando uma garça que habita o lago da propriedade começa a falar com ele e chamá-lo para uma torre em ruínas próxima que é alvo de lendas dos moradores locais. Ao entrar na torre Mahito é levado para um estranho universo paralelo e agora precisa sobreviver às ameaças e voltar para casa.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Crítica – Tekken 8

 

Análise Crítica – Tekken 8

Review – Tekken 8
Em termos de games de luta, sempre fui mais próximo de jogos 2D como Street Fighter ou Mortal Kombat do que jogos 3D tipo Tekken ou Soul Calibur. Joguei um pouco de Tekken 3 no primeiro Playstation, mas nunca tive muita proximidade. Só em Tekken 7 que retornei à série, pegando a edição definitiva em promoção, e isso renovou meu interesse por esse universo e acabei me empolgando para jogar Tekken 8. Tendo passado um bom tempo com o game, posso dizer que ele me pegou tanto pelas mecânicas de lutas quanto pela variedade de modos.

Modos

Como muitos games de luta recentes, Tekken 8 tem um modo história bem cinematográfico que narra a trama principal do jogo. A trama é focada em Jin e em seu conflito com Kazuya. Se em Tekken 7 Jin ficou à margem da trama principal e suas ações em Tekken 6 quase não repercutiam, aqui a narrativa coloca o personagem para confrontar suas ações e o fato de que ele basicamente cometeu genocídio em escala global no sexto jogo por influência de seu lado demoníaco. A narrativa trata do percurso de Jin em entender seu lugar no mundo, enfrentar seu passado e aceitar a ajuda dos aliados para deter a ameaça de Kazuya.

Se em games como Mortal Kombat 1 a trama te faz saltar rapidamente de um personagem para outro, aqui você controla Jin durante boa parte do tempo. A escolha te ajuda a dominar a quantidade enorme de movimentos do personagem ao invés de sair de um para outro tendo que parar as lutas o tempo todo para checar os movimentos. Ainda assim, a história na deixa de oferecer variedade, incluindo um capítulo envolvendo uma batalha campal que te coloca para controlar diferentes personagens contra múltiplos oponentes lembrando o modo beat’em up Tekken Force em Tekken 3. A narrativa acerta no drama entre Jin e Kazuya, na grandiloquência dos embates e também nos momentos de humor. O embate final entre Jin e Kazuya é uma competente apoteose da jornada desses personagens até aqui, com Jin transitando entre os diferentes estilos de luta que teve ao longo do tempo.

Além da história principal, o jogo também tem os episódios de personagem. São campanhas breves, com cerca de cinco lutas cada, que introduzem a trama de cada personagem e lhe dão um final. Esses desfechos são não canônicos na maioria das vezes, mas seguem o histórico de Tekken de serem mais puxados para o humor, como os finais de Kazuya ou Kuma. O jogo ainda apresenta um modo árcade mais tradicional com o jogador enfrentando uma sequência de oponentes aleatórios até chegar a um chefão (como Devil Kazuya ou Azazel). Nesse modo não há finais de personagem, mas há mais variedade de oponentes que nos episódios de personagem.

Outro modo single player de destaque é o Missão Arcade, no qual o jogador cria um avatar de personagem e embarca em uma trama para se tornar um jogador campeão de Tekken 8. A trama é simplória, mas ao menos acerta ao lembrar que o mais importante é se divertir e que não existe um jeito certo de ser fã de Tekken ou qualquer outro game. Nesse modo o jogador transita por diferentes fliperamas desafiando oponentes e participando de torneios até chegar no campeonato nacional para enfrentar seu rival. O modo é mais curto do que eu esperava, mas faz um ótimo trabalho de introduzir aos poucos as mecânicas de Tekken 8 ensinando como lançar um oponente no ar, estender combos ou punir adversários. Quem é iniciante recebe uma série de ferramentas para se acostumar às diferentes mecânicas.

Essa amplitude de ferramentas também está presente no modo treino, que além das funções que se tornaram padrão em games de luta, como dados de frames ou desafios de combo, oferece a oportunidade de assistir replays de suas partidas e receber dicas de como poderia ter reagido em determinados momentos da luta para ser mais eficiente. O jogador pode então assumir o controle de seu personagem no replay e treinar os golpes sugeridos. É uma ferramenta fantástica que permite compreender e refinar cada ação e escolha que fazemos a cada momento da luta.

O modo Super Ghost Battle é outro meio para o jogador refinar seu domínio do jogo, permitindo que ele lute contra um “fantasma” criado a partir de seus próprios dados de combate, lutando de uma maneira que replica seu estilo de lutar, e também contra os fantasmas de outros usuários, dando a oportunidade de aprender a derrotar um determinado oponente que te venceu em partidas online. O modo também oferece algumas lutas contra fantasmas da CPU, que vão aprendendo a te enfrentar quanto mais você luta contra eles.

Mecânicas

A estrutura dos combates segue similar à de Tekken 7, mas com algumas adições significativas. A principal delas é a barra de Heat que pode ser ativada de diferentes maneiras, colocando o lutador temporariamente em Heat Mode. Durante esse período os golpes causam mais dano e tiram vida do oponente mesmo em bloqueio. O lutador também tem acesso a alguns movimentos que gastam toda a barra de Heat de vez, como os Heat Smashs que causam dano alto ou Heat Dashes, que permitem correr para o adversário depois de jogá-lo para longe, estendendo combos que não poderiam ser normalmente estendidos.

Causar dano durante Heat Mode amplia a duração do efeito, enquanto que tomar dano diminui. Isso estimula a agressividade ao mesmo tempo em que adiciona um componente estratégico, afinal usar o modo no momento errado significa desperdiçá-lo. Como o jogo lhe dá uma barra cheia de Heat no início de cada round, o usuário é sempre estimulado a usar e experimentar com ela. Outro elemento que estimula um estilo de jogo mais agressivo é a adição de vida recuperável. Tomar dano deixa espaços cinzentos na barra de vida e causar dano recupera um pouco da vida desses espaços cinzentos, ajudando o lutador a ter uma sobrevida e dando mais estímulo para manter a ofensiva. As Rage Arts retornam de Tekken 7 e continuam sendo um meio de virar a mesa contra o oponente em momentos de sufoco liberando um ataque poderoso que causa dano altíssimo.

A variedade de mecânicas e de golpes por personagem pode parecer inicialmente intimidadora no começo, mas é muito recompensador quando você começa a dominar um personagem e fazer longos combos. Tekken 8 oferece expressivos 32 personagens em seu lançamento, uma quantidade considerável levando em conta que outros games de luta recentes lançaram com cerca de 20. Se você é iniciante e se sente intimidado com a complexidade das mecânicas, o jogo oferece um esquema de controle simplificado que pode ser ativado ou desativado quando você quiser, bastando apertar L1 (isso no controle do PS5). Ao fazer isso é possível encaixar combos apertando um botão, realizar golpes especiais com outro, um é dedicado a arremessos e golpes agachados e daí por diante. É uma maneira de deixar jogadores pouco experientes terem acesso a movimentos avançados, mas não chega a substituir o domínio pleno das mecânicas já que o número limitado de golpes desse esquema simplificado torna o lutador previsível e fácil de contra atacar por um usuário experiente.

Online

O jogo oferece duas maneiras de nos relacionarmos com seus componentes online. Podemos entrar nos lobbies virtuais nos quais controlamos nosso avatar e encontramos diretamente os outros jogadores logados no servidor, podendo interagir com eles e chamá-los para partidas ou fazer isso através de menus, sem precisar navegar pelos espaços virtuais.  No online encontramos as típicas partidas ranqueadas e partidas casuais, além da possibilidade de criar salas e disputar com grupos de amigos. Nas salas de batalha chama a atenção a impossibilidade de assistir batalhas de outros jogadores caso não seja sua vez de lutar ou entrar no modo de treino, uma omissão estranha considerando que nos lobbies virtuais é possível assistir a luta de qualquer jogador que você encontre e acessar livremente o treino enquanto espera uma partida. Tekken Ball, o aloprado modo que mistura lutas e vôlei pode ser disputado tanto off-line quanto online.

Em geral o netcode foi bem estável sempre que eu joguei com oponentes no Brasil, independente deles estarem jogando em PS5, PC ou outro console (o jogo tem crossplay). Mesmo contra pessoas de outros países as partidas fluíram bem contra oponentes que tivessem boas conexões. As lutas online são bem mais suaves do que em Tekken 7 e o jogo te dá várias opções de como ajustar sua conectividade, delay de frames e uma série de outros elementos para que você ajuste sua experiência online.

Como em outros jogos da franquia, é possível encontrar múltiplas opções de customizar a aparência de seus personagens, de skins a diferentes peças de roupa individuais ou mudança do retrato na tela de seleção. Todos os itens são desbloqueados com a moeda virtual obtida completando lutas (on ou off-line) e o game é bem generoso com sua moeda virtual, permitindo desbloquear tudo que você quer sem longas horas de grind ou cobrando valores altos de dinheiro real como tem acontecido em games de luta como Mortal Kombat 1. Nem vou elogiar muito porque Street Fighter 6 também lançou sem nenhuma prática muito predatória e três meses depois estava cobrando quase 50 reais por uma skin de personagem, então vamos esperar para ver como Tekken 8 vai se comportar.

Com uma variedade grande de modos e personagens, bom online e combates envolventes, Tekken 8 entrega um excelente jogo de luta com conteúdo para satisfazer veteranos e novatos.

 

Nota: 9/10


Trailer

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Crítica – A Cor Púrpura

 

Análise Crítica – A Cor Púrpura

Review – A Cor Púrpura
O célebre romance de Alice Parker já tinha sido adaptado para os cinemas por Steven Spielberg em 1985. Depois se tornou um musical da Broadway e agora esse musical é novamente adaptado para os cinemas novamente no eterno ouroboros que é Hollywood neste A Cor Púrpura.

Na trama, Celie (Fantasia Barrino) uma mulher que desde cedo sofre abusos nas mãos do pai, Alfonso (Deon Cole), e depois é forçada por ele a se casar com o violento viúvo Mister (Colman Domingo). Além de agredir Celie e reduzi-la a uma empregada doméstica, o marido também expulsa Nettie (Halle Bailey) da casa da família, privando Celie do contato com a única irmã. Ao longo dos anos, Celie encontra em outras mulheres da vizinhança o apoio e conforto para suportar os maus tratos do marido.

O filme acerta ao situar os números musicais de Celie como parte de sua imaginação, fazendo esses momentos funcionarem como uma fuga dela de sua realidade dura, ajudando a entender como ela se mantem suportando tudo aquilo. Por outro lado, nem todos os números musicais funcionam tão bem. A cena de Sofia (Danielle Brooks) deixando o marido basicamente só faz musicar o diálogo original e acaba carecendo de um certo senso de espetáculo, diferente dos números que envolvem Celie.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Crítica – Reality

 

Análise Crítica – Reality

Review – Reality
O título desse Reality parece fazer um jogo duplo. Primeiramente ele parece se referir à sua protagonista, a tradutora Reality Winner (Sydney Sweeney), alvo de uma operação do FBI. Em uma segunda análise, pode também se referir à realidade de sua história, baseada em eventos reais e o compromisso do filme em aderir ao realismo da história que conta. Adaptando a própria peça de teatro Is This a Room? a diretora Tina Satter constrói todo o filme em tempo real reproduzindo os diálogos a partir das gravações que o FBI fez durante todo o interrogatório de Reality.

A trama é foca em Reality Winner, uma tradutora de persa que trabalha para uma empresa que presta serviços à NSA. Um dia, chegando em casa, ela encontra agentes do FBI esperando por ela. De início ela pensa se tratar de alguma checagem de rotina considerando a natureza confidencial de seu trabalho na NSA e necessidade de atualizar suas credenciais de segurança. Conforme os dois agentes que lideram a operação começam a fazer perguntas, a tradutora se dá conta de que o propósito do FBI em sua residência é bem mais severo.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Crítica – Resistência

 

Análise Crítica – Resistência

Alguns filmes nos ganham não por terem uma trama inovadora, mas pela construção visual de seu universo e o espetáculo que ele proporciona. Os filmes de James Cameron (como a franquia Avatar) certamente se encaixam nessa categoria, assim como os filmes do John Wick. Resistência, novo filme de Gareth Edwards (de Godzilla e Rogue One), quase se encaixa nessa categoria se sua trama não fosse tão aderente a clichês ao ponto de se tornar entediante e suas pretensões de discutir noções de pós humanismo não fossem tão simplórias.

A trama se passa em um futuro no qual a humanidade desenvolveu robótica muito cedo e inteligências artificiais viviam entre nós desde a segunda metade do século XX. Quando uma bomba nuclear explode em Los Angeles, a humanidade declara guerra às IAs, que se concentram no sul da Ásia devotadas à figura de Nirmata, o seu criador. Joshua (John David Washington) é um militar dos Estados Unidos colocado para se infiltrar em linhas inimigas e descobrir a identidade de Nirmata, mas acaba se apaixonando por Maya (Gemma Chan). Maya é morta em um ataque dos EUA e Joshua deixa o serviço. Isso até o exército lhe mostrar imagens de que Maya poderia estar viva, pedindo ao soldado que volte ao Vietnã não apenas para localizar Maya, mas para encontrar uma suposta arma poderosa criada por Nirmata que poderia destruir o sistema de defesa dos EUA. A tal arma, porém, se revela como Alphie (Madeleine Yuna Voyles), uma criança híbrida entre humano e IA.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Crítica – Mestres do Universo: A Revolução

 

Análise Crítica – Mestres do Universo: A Revolução

Review – Mestres do Universo: A Revolução
Depois que Mestres do Universo: Salvando Etérnia me pegou de surpresa com a maturidade com a qual trabalhava seus personagens e trazia transformações significativas para o universo da trama e os protagonistas, estava curioso para ver o que o produtor e roteirista Kevin Smith faria com os ganchos deixados pela série. O resultado é esse Mestres do Universo: A Revolução, que entrega uma aventura mais tradicional do He-Man e passa longe da ousadia da série anterior.

A trama continua do ponto em que a anterior parou. Esqueleto se reconstruiu usando tecnologia e ajuda Hordak e sua horda a invadirem Eternia. Enquanto isso Adam lida com a morte do pai e se divide entre seu papel de herói e a possibilidade de ser Rei. Teela tenta usar seus poderes de feiticeira para recriar Preternia de modo que as almas dos heróis caídos tenham para onde ir.

A impressão é que muito dessa nova série foi pensado em resposta às reações negativas de fãs à série anterior e o quanto ela mexia com o status quo desse universo (o que era seu melhor atributo na minha opinião, afinal bons personagens se transformam com o tempo). Aqui, durante boa parte dos cinco episódios, não temos qualquer tentativa de mexer na fórmula ou na dinâmica entre os personagens, entregando uma aventura mais típica de He-Man contra o Esqueleto sem muito desenvolvimento para os personagens.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Crítica – Anatomia de Uma Queda

 

Análise Crítica – Anatomia de Uma Queda

Review – Anatomia de Uma Queda
Na superfície Anatomia de Uma Queda parece ser só uma trama investigativa ou de mistério que acompanha o julgamento de uma mulher cujo marido morre em uma queda suspeita e ela fica como única suspeita. Na verdade o filme está menos interessado no evento em si e mais em como um evento dessa natureza potencializa diferentes narrativas, juízos de valor e conjecturas que eventualmente ganham o valor de verdade apesar de assentadas em um lastro mais especulativo do que factual.

A trama gira em torno da escritora Sandra Voyter (Sandra Huller), uma mulher alemã que se muda da Inglaterra para a França a pedido do marido francês, Samuel (Samuel Theis). O casal vive em uma casa isolada e que no momento passa por reformas. Um dia enquanto Samuel conserta o teto da casa e Sandra estaria dormindo, ele cai do alto da casa e morre, sendo encontrado por Daniel (Milo Machado Graner), o filho cego do casal. Os respingos de sangue encontrados na cena, bem como o testemunho incerto de Daniel fazem a polícia suspeitar de Sandra, indiciando a escritora pelo suposto assassinato do marido.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Crítica – Argylle: O Superespião

 

Análise Crítica – Argylle: O Superespião

Review – Argylle: O Superespião
Os trailers de Argylle: O Superespião não me despertaram nenhum interesse em assistir o filme. Ainda assim, tinha alguma esperança que pudesse ser bacana pela condução de Matthew Vaughn. Tendo visto o filme, porém, posso dizer os trailers dão uma impressão errada do produto final. Na verdade ele é ainda pior e mais estúpida.

A trama é protagonizada por Elly (Bryce Dallas Howard), escritora responsável por criar o personagem literário Argylle (Henry Cavill) que se tornou um sucesso mundial. Durante uma viagem de trem ela é abordada pelo espião Aidan (Sam Rockwell) e descobre que seus livros narravam uma conspiração internacional verdadeira. Agora ela e Aidan correm contra o tempo para encontrar um arquivo que irá expor uma unidade de espiões renegados dentro da CIA.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Crítica – O Mal Que Nos Habita

 

Análise Crítica – O Mal Que Nos Habita

Review – O Mal Que Nos Habita
Faz tempo que um filme de terror me deixa com um senso tão forte de que os personagens estão cercados por uma presença maligna tão potente que não há esperança de sobrevivência. A produção argentina O Mal Que Nos Habita não apenas é eficiente em nos fazer sentir o poder do mal, mas como o mal se espalha no mundo justamente por conta das ações humanas.

A narrativa acompanha os irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e Jimi (Demián Salomón) que vivem em uma cidade pequena no interior da Argentina. Quando eles descobrem que uma pessoa da vila foi infectada por forças demoníacas e está prestes a gerar um demônio, eles decidem mover o sujeito da cidade na esperança de livrar o local da influência maligna. A ação, no entanto, só faz o mal se espalhar por suas vidas.

O filme é inteligente ao definir alguns parâmetros de como essas entidades malignas agem para que saibamos exatamente do que ter medo e quais situações são perigosas ao mesmo tempo em que evita explicar demais ou criar uma mitologia muito aprofundada ao ponto em que não há mais o mistério ou incerteza quanto ao desconhecido. Entendemos como esse mal age manipulando os medos das pessoas enquanto simultaneamente soa como algo que escapa nossa compreensão plena, mantendo um grau de imprevisibilidade que é importante para nos deixar imersos nos horrores que o filme nos apresenta.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Crítica – Pobres Criaturas

 

Análise Crítica – Pobres Criaturas

Review – Pobres Criaturas
Uma mulher artificial sai de sua existência protegida para experimentar o mundo real e vivencia os desafios de uma mulher. Essa é a premissa de Barbie (2023), mas se aplica também a Pobres Criaturas, novo filme do diretor grego Yorgos Lanthimos. Como em outros filmes do realizador, a trama é permeada por um olhar ácido sobre a existência humana e um senso de humor bastante sombrio.

A trama é focada em Bella (Emma Stone), uma garota criada pelo cientista Godwin (Willem Dafoe) a partir de um cadáver reanimado. De início Bella é como um bebê, andando com dificuldade e balbuciando algumas poucas palavras. Com o tempo, porém, ela vai se desenvolvendo rapidamente e Godwin contrata o jovem médico Max (Ramy Youssef) para monitorar o progresso de Bella. A jovem, no entanto, se cansa da existência excessivamente protegida e decide fugir da mansão de Godwin, iniciando uma viagem pelo mundo.