quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Drops – A Babá (2022)

 

Análise Crítica – A Babá (2022)

Review – Nanny
Estrelado por Anna Diop (a Kory da série Titãs), A Babá é o primeiro longa-metragem de Nikyatu Jusu, diretora oriunda de Serra Leoa, e transita entre o drama e o terror para falar imigração, racismo e questões de classe. A narrativa é centrada em Aisha (Anna Diop), uma imigrante senegalesa em Nova Iorque que começa a trabalhar como babá de um casal rico da cidade na esperança de fazer dinheiro suficiente para trazer o filho do Senegal para morar com ela nos EUA. O que parecia um bom emprego vai aos poucos se transformando numa experiência tensa conforme ela passa a ter problemas com a patroa, Amy (Michelle Monaghan), e Aisha começa a ter visões estranhas com entidades como Anansi.

A condução de Jusu vai aos poucos mostrando como inúmeros pequenos incidentes vão minando os ânimos de Aisha até que a soma dele faz as tensões entre ela e a patroa chegarem a um atrito explícito. Nesse sentido, Anna Diop é eficiente em nos fazer entender o que a protagonista sente através de reações inicialmente contidas diante da exploração ou preconceitos de classe e raça casualmente demonstrados pelos patrões.

São pequenos olhares e mudanças discretas na linguagem corporal que revelam o crescente desconforto dela com a situação. Esses gestos, somados a imagens sinistras de sonhos e alucinações que prenunciam uma tragédia vindoura para Aisha e a garota de quem ela cuida criam uma atmosfera constante de tensão, como se os deuses fossem agir no que a protagonista não pode, fazendo justiça ao modo deles.

Ao final nem todos os temas de classe, raça ou imigração são explorados a fundo, ainda que sejam eficientes como ponderações e gerem imagens impactantes que encerram com a ideia de que simplesmente sobreviver e continuar vivendo diante de um sistema que tenta te destruir talvez seja o maior ato de resistência. Assim, mesmo que passe superficialmente por algumas ideias, A Babá tem momentos marcantes o suficiente em suas ponderações exploração e desigualdade para valer a experiência.

 

Nota: 7/10


Trailer

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