sexta-feira, 10 de junho de 2022

Crítica – Young Souls

 

Análise Crítica – Young Souls

Review – Young Souls
O que me atraiu para Young Souls foi a mistura entre um beat’em up 2D ao estilo Streets of Rage e um RPG de ação focado em exploração de dungeons ao estilo Diablo. Parecia uma mistura inusitada e o game consegue fazer funcionar direito na maioria do tempo.

A trama segue os gêmeos Jenn e Tristan que precisam resgatar o pai que foi sequestrado pelo rei do goblins que vivem nos subterrâneos da cidade. Para tal, precisam explorar os túneis e masmorras escondidas abaixo da cidade em que vivem para alcançarem a capital dos goblins e os impedirem de alcançar a superfície. A direção de arte chama a atenção pela estética que remete a desenhos animados da década de 90, com algumas cutscenes impressionando pela qualidade e fluidez apesar dos valores de produção modestos.

O jogo se desenvolve ao longo de várias dungeons bidimensionais nas quais o jogador se movimenta como se fosse um beat’em up. Conforme progride, os personagens sobem de nível, adquirem novos atributos e equipamentos que abrem diferentes possibilidades de builds. É possível jogar cooperativamente com dois jogadores, cada um controlando um dos irmãos, ou jogar sozinho, com o usuário podendo alternar entre os dois irmãos.

O combate é, em geral, ágil com possibilidades de combos no solo ou no ar, podendo até estender o combo ao fazer o inimigo quicar na parede. Além de ataques comuns, cada arma tem um ataque especial que pode ser utilizado gastando pontos de magia. É possível também se esquivar de inimigos, algo que gasta a barra de estamina dos personagens (pensem em Dark Souls), ou bloquear os ataques inimigos, sendo que um bloqueio feito no tempo certo pode atordoar o inimigo.

São combates que requerem velocidade e precisão, mas alguns chefes e subchefes com escudos e armaduras pesadas travam o ritmo das batalhas. Esses inimigos só podem ser atacados aparando seus golpes no momento certo e a janela para fazer isso é muito breve. Então certas batalhas se estendem demais com o jogador simplesmente esperando a CPU fazer alguma coisa para poder contra-atacar, o que é entediante.

As armas e equipamentos obtidas nas dungeons ou compradas dos refugiados goblins podem ser melhoradas com minerais coletados ao longo das fases. Essas melhorias não apenas aumentam o ataque ou defesa, mas adicionam novas habilidades, então é importante experimentar com esses upgrades para melhor construir seu build ou superar uma situação específica. O problema é que alguns componentes avançados são limitados, só podendo ser obtidos em baús, e uma vez gastos é impossível reavê-los, já que não é possível desmanchar equipamentos. Isso limita muito que o jogador experimente com diferentes combinações de armas e armaduras, sendo mais viável se ater a poucos equipamentos que já funcionam de partida com seu estilo de jogar. Assim, não adianta oferecer várias possibilidades de escolha se as maneiras de navegar entre elas são tão restritas.

Outra questão são os constantes problemas de performance. Eu joguei no Nintendo Switch e independente de estar no modo portátil ou no dock, o jogo sofria violentas quedas nas taxas de frames quando haviam muitos inimigos ou muita destruição simultaneamente na tela, me impedindo de agir adequadamente porque a movimentação ficava muito lenta. Outro problema são os longos tempos de carregamento. Eu sei que o Switch não é a mais potente das máquinas, mas a demora de carregar entre uma tela e outra soava demorada considerando que é um jogo relativamente leve. Crashes também foram uma constante durante a experiência, embora os checkpoints generosos me impediam de perder muito progresso. A exceção foi o crash logo depois de derrotar o último chefão. Ao reiniciar o jogo, fui largado no início do capítulo final e precisei aguentar todas as longas cutscenes do capítulo integralmente mais uma vez, além de precisar lutar de novo contra o último chefão, o que foi bem irritante.

Young Souls apresenta uma arte singular e um combate competente, embora o jogo derrape em algumas batalhas que quebram o ritmo da jogabilidade, uma progressão que por vezes limita a escolha do jogador e vários problemas de performance.

 

Nota: 6/10


Trailer

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