quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Crítica – Encanto

 

Análise Crítica – Encanto

Review – Encanto
De certa forma, Encanto, nova animação da Disney, conta uma típica história de conflitos familiares, com uma jovem que desvia do ideal de sua família tentando mostrar que ela é tão digna quanto os outros parentes. Ainda que tenha uma premissa e estrutura conhecidas o filme...err...encanta pelo desenvolvimento de seus personagens, senso de humor e diversão das canções.

Na trama, a família Madrigal criou ao seu redor uma pequena vila no interior da Colômbia depois que a matriarca encontrou uma vela milagrosa que deu a ela e seus descendentes poderes mágicos. A jovem Mirabel (voz de Stephanie Beatriz, a Rosa de Brooklyn 99), no entanto, nunca recebeu nenhuma habilidade mágica da vela e se sente deslocada do restante da família além de menosprezada pela avó. Problemas surgem quando os poderes de seus parentes começam a falhar e a casa mágica na qual moram começa a rachar.

É bem óbvio que até o final do filme Mirabel vai descobrir a magia em si, reparar a relação com a avó e que as rachaduras na casa são uma metáfora pouco sutil para as fraturas emocionais que existem entre os membros da família. Ainda assim funciona porque a trama consegue dar tempo para compreendermos como a rigidez e as cobranças constantes da avó afetam as primas e tias de Mirabel. Estão todas e todos tão preocupados em corresponder às expectativas da avó que anulam seus próprios sentimentos e desejos.

Ao mesmo tempo, a avó nunca é reduzida a uma megera sem coração, tendo uma motivação compreensível para ter um zelo tão radical e rígido com a família e tudo que construíram ao longo dos anos. Nesse sentido, a trama serve também para mostrar como nunca entendemos plenamente as dores daqueles ao nosso redor. Isso se aplica principalmente a como sabemos pouco sobre os problemas daqueles que vieram antes de nós. Que nossos pais e avós enfrentaram muitas dificuldades para proporcionar tudo que deram aos seus descendentes e que sabem a dureza que é não ter nada.

O filme constrói um senso genuíno de afeto entre os membros da família, com as canções explorando de maneira criativa as possibilidades mágicas de cada personagem, encantando não apenas pelas letras e ritmos, mas pelo espetáculo visual que proporcionam. Recheadas de humor, são canções que ficam na cabeça mesmo depois da projeção encerrar, como Não Falamos do Bruno.

Apesar de uma trama previsível, Encanto tem diversão, deslumbramento e afeto o suficientes para envolver e emocionar.

 

Nota: 7/10


Trailer

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