segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Crítica – Link Perdido


Análise Crítica – Link Perdido


Review Crítica – Link Perdido
Feito pelo mesmo estúdio responsável por animações como Coraline e o Mundo Secreto (2009), este Link Perdido tem a mesma qualidade técnica do estúdio Laika, mas a trama em si carece um pouco de impacto para conseguir encantar como os outros trabalhos da produtora.

A trama se passa no século XIX e é centrada no explorador Sir Lionel Frost (voz de Hugh Jackman) um cavalheiro britânico que quer a qualquer custo obter reconhecimento de seus pares. Para isso, empreende expedições para descobrir locais e monstros míticos, mas nunca consegue provas que corroborem suas investigações. A sorte dele muda quando recebe uma carta contando a localização do mítico Pé Grande, fazendo Lionel partir para os Estados Unidos para encontrar a criatura, que acaba chamando de Sr. Link (voz de Zach Galifianakis).

A trama é carregada de um senso de humor irônico com um timing certeiro para cada piada. Um exemplo é quando um dos vilões, o Lorde Piggot-Dunceby (voz de Stephen Fry), diz que precisa deter Lionel para proteger a imagem do homem civilizado, mas que irá contratar um assassino profissional para detê-lo. Ou seja, para proteger a civilização, irá recorrer ao comportamento menos civilizado possível. A trama é cheia desses diálogos bem humorados que revelam as hipocrisias de uma elite que se acha superior, mas na verdade é estúpida e truculenta.


A narrativa toca em temas como a necessidade de defesa e aplicação do método científico, lembrando que para se chegar a conclusões sobre qualquer coisa não bastam achismos, mas evidências concretas. O arco mostra como muitas vezes a ciência enfrenta oposição de figuras dogmáticas, como o Lorde que se coloca no caminho de Lionel, que não querem a divulgação do conhecimento porque isso desafiaria suas visões de mundo ou posições de poder. Outro tema recorrente é apontar a importância da autoaceitação e de estar feliz consigo mesmo ao invés de tentar se adequar aos padrões dos outros ou buscar validação de quem não te valoriza. Esse é o motor central do arco de Link e também de Lionel.

Aliás, a jornada de Lionel é relativamente previsível, sendo possível imaginar desde o início que em algum momento ele irá perceber o egocentrismo de suas atitudes e aprenderá a ser mais humilde. Isso acaba tornando Lionel um personagem difícil de ter empatia durante boa parte da narrativa, uma vez que é visível o quanto ele é autocentrado e não se importa com muita coisa além de si mesmo. O Pé Grande, por outro lado, acaba sendo adorável em sua ingenuidade e o modo como ele leva tudo ao pé da letra poderia resultar em um humor repetitivo, mas as piadas são criativas o bastante para não fazer essa premissa humorística soar desgastada ao longo dos noventa minutos de projeção.

As cenas de ação são bem executadas, se beneficiando da mescla que a produção faz entre cenários físicos e computação gráfica para dar-lhes um amplo escopo e uma sensação de grandiosidade. No entanto, a coreografia em si das perseguições e embates carece de inventividade e acaba não empolgando o tanto que deveria.

Link Perdido acaba valendo a pena pelo seu senso de humor e por sua qualidade visual, ainda que certas tramas sejam previsíveis e alguns personagens não envolvam como deveriam.

Nota: 6/10


Trailer

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