quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Crítica - As Panteras


Análise Crítica - As Panteras


Review - As Panteras
Eu sinceramente não sabia o que esperar desta nova versão de As Panteras. A escolha por Elizabeth Banks como diretora e o trio principal pareciam promissores. Por outro lado, os trailers pareciam levar toda a trama de investigação e espionagem um pouco a sério demais ao invés de abraçar o espírito de aventura descompromissada e exagero da versão de 2000 estrelada por Cameron Diaz, Lucy Liu e Drew Barrymore (As Panteras Detonando, no entanto, é um horror).

Na trama, a equipe formada por Sabina (Kristen Stewart) e Jane (Ella Balinska) precisa proteger a engenheira Elena (Naomi Scott) depois que ela delata uma falha mortal no novo dispositivo de energia criado por sua empresa. Com a vida de Elena em perigo e o dispositivo, que pode gerar cargas elétricas capazes de matar pessoas próximas ao seu pulso de energia, tendo sido roubado, as três precisam se unir para descobrir quem está por trás da ameaça, tendo também a ajuda da chefe Bosley (Elizabeth Banks).

O trio de protagonistas é o ponto forte do filme, em especial a agente impulsiva interpretada por Stewart, responsável pelos momentos mais divertidos do filme e que rouba todas as cenas nas quais está presente. Como a novata do grupo, Elena serve como os olhos do público para aquele universo de perigo e espionagem, deslumbrada com o glamour e engenhosidade das demais panteras e muitas vezes servindo como alívio cômico. Já Jane contrabalança a postura relaxada de Sabina com seu estoicismo britânico. As três funcionam bem juntas, tornando possível que acreditemos no laço de amizade que vai se formando entre elas ao longo do filme.

A direção de Elizabeth Banks confere energia às cenas de ação e também tenta embalar todo o filme em um clima de girl power e afirmação do feminino, a exemplo da conversa inicial entre Sabina e um alvo que ela está prestes a capturar. Por outro lado, o roteiro derrapa em levar a sério demais toda a trama de intriga, investindo tempo demais em traições e reviravoltas que tornam os eventos mais bagunçados do que envolventes, sem falar que a maioria dos reveses é bastante óbvia. Era evidente desde o início que o dono da empresa na qual Elena trabalhava estava por trás de tudo e a identidade do espião dentro das panteras também era facilmente previsível considerando a pequena quantidade de suspeitos. A motivação do vilão, aliás, é praticamente nula, sendo um sujeito que resolveu ser mau apenas por ser mau.

Em um filme como esse o roteiro deveria ser um veículo para motivar cenas de ação, dar às personagens um objetivo e mostrá-las superando os obstáculos para chegar nele, focando na ação, no espetáculo e no divertimento. Ao invés de fazer isso, o texto prefere andar em círculos em reviravoltas inúteis, com personagens que tem pouco o que fazer, a exemplo do empresário vivido por Sam Claflin. O filme tenta construir um história de intriga que pensa ser complexa, mas que é desnecessariamente rocambolesca.

O filme também peca no final e no desfecho anticlimático. Quando achamos que finalmente chegou o momento do grande confronto com o vilão, tudo é resolvido em praticamente um piscar de olhos, fazendo tudo acabar muito fácil e muito rápido, ainda que de certa maneira se relacione com os temas de valorização da mulher e a ideia de que essas personagens se aproveitam do fato de serem subestimadas por homens.

Apesar de um elenco carismático e da mensagem girl power, As Panteras se perde em um roteiro que se complica mais do que deveria e entrega um clímax sem impacto.

Nota: 5/10


Trailer

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