quarta-feira, 26 de junho de 2019

Crítica – Annabelle 3: De Volta Para Casa


Análise Crítica – Annabelle 3: De Volta Para Casa


Review – Annabelle 3: De Volta Para Casa
Depois de chamar atenção no primeiro Invocação do Mal (2013), a boneca Annabelle acabou ganhando sua própria série de filmes derivados. O primeiro foi bem fraquinho, o segundo melhorava ao contar a origem da boneca e ao trazer um estilo de direção semelhante ao que James Wan fez nos dois Invocação do Mal. Já este Annabelle 3: De Volta Para Casa fica em um morno meio termo, sendo levemente melhor que o primeiro, mas mais fraco que o segundo.

A trama começa justamente quando o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) entram em contato com a boneca maldita. Eles a levam para casa, guardando-a no cofre de objetos sobrenaturais. Anos se passam e, durante uma viagem do casal, a filha deles, Judy (Mckenna Grace), fica em casa com uma babá, Mary Ellen (Madison Iseman). Mary Ellen acaba levando uma amiga para a casa dos Warren, Daniela (Katie Sarife) que tem curiosidade em relação aos artefatos sobrenaturais guardados ali. Ela acaba entrando no cofre dos Warren e acidentalmente liberta a boneca Annabelle, colocando todos na casa em risco.

É uma pena que Ed e Lorraine tenham tão pouco tempo de tela, já que eles são os personagens mais carismáticos do filme e o trio que a trama elege como protagonista é unidimensional e desinteressante. Mary Ellen é a típica menina certinha de filmes de terror que a gente sabe desde o início que vai sobreviver e que eventualmente vai ficar com o menino de que gosta. Judy obviamente precisará abraçar seus dons mediúnicos enquanto que Daniela irá superar o luto pela morte do pai. Mal conhecemos essas personagens e já podemos rapidamente deduzir quais serão seus arcos e como tudo vai acabar.

Não ajuda que elas se comportem de maneira estúpida a maior parte do tempo, em especial Daniela. A fita tenta angariar simpatia pela personagem por conta dela ter perdido o pai, mas ela age de modo tão consistentemente estúpido, colocando os outros em risco o tempo todo, além de evitar dizer que sem querer abriu o armário da boneca, que é difícil torcer por ela.

Boa parte da tensão varia de sustos súbitos rasteiros e falta ao filme o senso de coesão espacial que James Wan conseguia criar nos dois Invocação do Mal ou que David F. Sandberg trouxe para o segundo Annabelle. Nesses filmes tínhamos um entendimento bem claro da lógica espacial da casa, de onde ficava cada cômodo e de como os personagens se movimentavam por aqueles espaços. Aqui, no entanto, tudo soa excessivamente fragmentado para criar uma tensão consistente.

O filme acerta no design perturbador de boa parte das criaturas, em especial do Barqueiro e da Noiva, monstros responsáveis pelos melhores e mais assustadores momentos do filme. A trama consegue criar algumas cenas grotescas envolvendo a Noiva, como quando ela vomita sangue em Daniela, ou quando Mary Ellen caminha pelo escuro perseguida pelo barqueiro. Por outro lado, alguns monstros fogem ao espírito da franquia, como o lobo de névoa criado em computação gráfica. O universo “Invocação do Mal” sempre se baseou em assombrações mais realistas e calcadas em maquiagem ou efeitos práticos, fazendo o mostrengo de CGI parecer deslocado do restante do filme.

A impressão ao assistir Annabelle 3: De Volta Para Casa é de que se trata mais de uma espécie de demo reel para testar futuros monstros para comporem esse universo compartilhado do que algo pensado para ser satisfatório por conta própria, já que a despeito de alguma criatividade visual tudo é conduzido de maneira burocrática e clichê.

Nota: 5/10


Trailer

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