segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Crítica - A Vilã

Análise A Vilã


Review A Vilã
Com um começo intenso em uma longa sequência de ação quase toda em primeira pessoa, este sul-coreano A Vilã já mostra logo de cara que sua força reside na sua pancadaria em ritmo desenfreado e o restante do longa faz valer essa promessa ainda que tenha sua parcela de problemas.

A trama é centrada em Sook-hee (Ok-Bin Kim), uma mulher que desde a infância foi treinada para ser uma assassina. Ela é recrutada por uma agência que lhe propõe um acordo: depois trabalhar para eles durante 10 anos, Sook-hee estará livre para fazer o que quiser e retomar sua vida. Ela aceita, mas conforme progride em seu trabalho acaba encontrando um homem de seu passado e isso coloca tudo em risco.

De início os cortes bruscos entre o presente e os flashbacks da protagonista causam algum incômodo e levam algum tempo para nos acostumarmos com o modo seco com o qual o filme transita entre as duas temporalidades, mas depois de algum tempo é possível se acostumar a essas escolhas estilísticas sem muito problema. Por outro lado, o filme perde um pouco de ritmo ao tentar complicar sua trama mais do que o necessário, tentando criar dúvidas sobre as motivações e intenções dos vários personagens ao redor da protagonista e durante um bom tempo há a impressão de que a narrativa está andando em círculos.

Mesmo quando a trama se torna desnecessariamente confusa, a protagonista ainda consegue dar estofo suficiente para que nos importemos com ela e sua jornada de reparação e vingança. Emocionalmente frágil e cheia de traumas, mas fisicamente irrefreável, ela é alguém que sempre teve sua felicidade tirada de si à força e simplesmente cansou disso, estando disposta a qualquer coisa para tomar o controle da situação e eliminar qualquer um que a ameace.

O ponto alto do filme, no entanto, são as cenas de ação aceleradas e cheias de violência gráfica. Com uma câmera em constante movimento e frequentemente alterando de uma perspectiva de terceira pessoa para uma de primeira pessoa seria muito fácil que o diretor Byung-gil Jung perdesse o controle de toda brutalidade insana que estava filmando, mas mesmo com a movimentação incessante da câmera a ação nunca perde sua coesão espacial. O fato dele usar poucos cortes (ou usar truques de montagem para dar a impressão de poucos cortes) contribui para esse senso de unidade e também ajuda a dar intensidade e urgência aos sangrentos embates já que a câmera e a montagem fazem tudo parecer que está ocorrendo em tempo real.

Com suas grandiloquentes e aceleradas cenas de ação e uma boa protagonista, A Vilã oferece um competente conto sobre vingança, mesmo que sua estrutura ocasionalmente atrapalhe o fluxo da trama.


Nota: 7/10

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