sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Drops – O Jogo do Disfarce

 

Crítica – O Jogo do Disfarce

Review Drops – O Jogo do Disfarce
Produção da Prime Video, O Jogo do Disfarce parece um daqueles filmes que acha que basta combinar elementos de produções de sucesso para ser bem sucedido. O filme é basicamente uma mistura de elementos de filmes como A Honra do Poderoso Prizzi (1985) e True Lies (1994), lembrando o recente (e igualmente fraco) Plano em Família da AppleTV.

A trama é focada em Emma (Kaley Cuoco) e Dave (David Oyelowo), um casal suburbano aparentemente banal. Querendo apimentar o casamento, eles resolvem passar uma noite em um hotel chique e brincam de construir personagens para si. No hotel Emma é acuada pelo assassino internacional Bob (Bill Nighy) e descobrimos que ela está com a cabeça a prêmio por ser uma assassina de aluguel extremamente letal. Agora Emma precisa descobrir quem está atrás dela ao mesmo tempo em que mantem o marido e os filhos em segurança. 

O filme sofre com inconsistências tonais, com o início que mostra a vida doméstica de Emma soando como uma comédia romântica açucarada parecida com produções da Hallmark enquanto que após a revelação de seu passado a produção tenta ser um thriller de espionagem sério. Tenta é a palavra-chave aqui já que o filme é incapaz de construir qualquer senso de urgência ou tensão apesar de Emma estar supostamente sendo perseguida por todas as direções.

A trama se arrasta em longos diálogos expositivos nos quais os personagens explicam seus passados e como sentem, muitas vezes dando informações que nós já sabemos, a exemplo da longa conversa entre Emma e o marido na Alemanha que apenas repete dados que a audiência já sabe. A identidade da líder da cabala de assassinos que persegue Emma é uma reviravolta bem óbvia considerando o número reduzido de personagens no filme.

Não ajuda que Kaley Cuoco nunca convence como uma assassina fria e letal, soando mais como alguém fingindo ser durona do que alguém propriamente implacável. A culpa, no entanto, não é apenas da atriz, muito vem do roteiro que lhe dá diálogos pouco convincentes e situações em que a personagem se comporta como uma amadora (como na cena em que ela mata Bob) ao invés de uma assassina experiente. As cenas de ação excessivamente picotadas, que pouco mostram as proezas marciais de Emma, contribuem para que não consigamos sentir que a personagem é tão hábil e letal quando os diálogos dão a entender.

Inconsistente, arrastado, sem personalidade e sem graça, O Jogo do Disfarce falha em funcionar como comédia romântica ou suspense de espionagem, entregando um filme sonolento e inane.

 

Nota: 2/10


Trailer

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