sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Crítica – Alguém Que Eu Costumava Conhecer

 

Análise Crítica – Alguém Que Eu Costumava Conhecer

Review – Alguém Que Eu Costumava Conhecer
Segundo filme do ator Dave Franco como diretor, escrito em parceria com sua esposa, Alison Brie, Alguém Que Eu Costumava Conhecer mistura drama e comédia para construir um estudo de personagem. A trama é centrada em Ally (Alison Brie) uma produtora de televisão que volta para sua pacata cidade natal depois que seu programa é cancelado. Lá ela reencontra o ex-namorado Sean (Jay Ellis) e começa a se reconectar com quem era na juventude, mas as coisas se complicam quando ela descobre que Sean está prestes a casar com Cassidy (Kiersey Clemons).

A coisa rapidamente vira uma quase imitação de O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997) e o filme meio que reconhece isso em um diálogo. Não que ele use essa referência para fazer qualquer tipo de paródia ou comentário, ele apenas cita um filme melhor que você preferiria estar vendo do que esse material insosso. Um dos principais problemas é que a trama é bastante vaga nas motivações de Ally em se juntar à comitiva de Sean. Se no filme estrelado por Julia Roberts ela tinha a clara intenção de sabotar o casamento, aqui o texto nunca deixa claro o que Ally realmente deseja. Ela quer se reconectar com o passado? Ela quer saber se Cassidy é digna de Sean? Ela quer sabotar o casamento?

Com isso o filme fica à deriva durante boa parte do tempo apesar dos esforços de Alison Brie em retratar como sua personagem passou a duvidar de si mesma depois de abrir mão dos próprios sonhos pelo sucesso profissional. Os momentos mais divertidos de Ally são as interações entre ela e o melhor amigo Benny (Danny Pudi), com Brie e Pudi explorando a química que construíram ao longo de anos na série Community. O texto é inteligente em mostrar também como a conduta de Sean e seu comodismo serviu para afastar ele das pessoas que ama, evitando fazer dele esse interesse romântico perfeito.

Ainda assim o material não consegue sair dos caminhos previsíveis do tipo de trama sobre uma pessoa que se recolhe em sua cidade natal depois de algum fracasso e precisa confrontar suas escolhas do passado para poder seguir sem frente. Não tem nada que já não tenhamos visto antes e, assim, todo o clímax do filme carece de impacto ou de algum olhar que tenha algo verdadeiramente interessante a dizer.

Apesar dos esforços de Alison Brie em construir uma personagem consistente, Alguém Que Eu Costumava Conhecer nunca envolve como deveria graças ao texto repleto de motivações vagas e adesão a lugares comuns.

 

Nota: 5/10


Trailer

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