segunda-feira, 4 de julho de 2022

Crítica – Stranger Things: 4ª Temporada (Volume 2)

 

Análise Crítica – Stranger Things: 4ª Temporada (Parte 2)

Review – Stranger Things: 4ª Temporada (Parte 2)
Considerando que esta segunda parte da quarta temporada de Stranger Things consiste de apenas dois episódios, mesmo que relativamente longos, não entendo muito bem porque dividir a temporada. A impressão é que a Netflix tentou um meio termo estranho entre sua política de lançar temporadas inteiras de vez e o lançamento semanal de séries, como vem fazendo outros streamings (tipo HBO Max ou Disney+), para tentar manter a série sendo discutida na internet por mais tempo.

Entendo a necessidade da Netflix pensar novas estratégias, já que a concorrência de streamings está cada vez maior e séries semanais tipo The Boys, as séries da Marvel ou Star Wars tem dominado a conversa online enquanto  séries da Netflix com temporadas inteiras lançadas por vez somem da conversa depois de alguns dias. Ainda assim, talvez fosse melhor que Stranger Things recebesse episódios semana a semana do que essa divisão estranha.

Essa segunda parte começa no ponto em que a anterior parou, com Onze (Millie Bobby Brown) recuperando os poderes e as memórias, revelando que o vilão Vecna era na verdade Um (Jamie Campbell Bower). Mike (Finn Wolfhard) e Will (Noah Schnapp) tentam encontrar Onze. Hopper (David Harbour) e Joyce (Winona Ryder) se reencontraram na União Soviética e precisam sair de lá. Ao mesmo tempo os personagens que ficaram em Hawkins tentam encontrar um meio de deter Vecna depois que Nancy (Natalia Dyer) vislumbrou um plano do vilão.

Os dois episódios são basicamente um longo clímax, deixando claro os riscos em jogo para cada um dos personagens, o plano do vilão e como os protagonistas poderiam impedir Vecna. Como aconteceu na primeira parte, a série é bastante hábil em lidar com o grande número de personagens, conseguindo dar motivações e momentos importantes para cada um deles. Até mesmo o novato Argyle (Eduardo Franco), que poderia ser limitado apenas a alívio cômico, tem ações importantes para a trama e o embate final com Vecna.

Há um senso palpável de perigo conforme os diferentes núcleos se envolvem no combate a uma força muito superior a eles, nos deixando em suspense em relação à sobrevivência desses personagens. A série sempre foi consistente em dar peso e consequência para os eventos climáticos que narra, não hesitando em matar personagens quando não havia outro caminho e aqui não é diferente. As eventuais mortes ou fracassos momentâneos que levam a consequências para os demais protagonistas ajudam a evidenciar o quanto está em jogo para os envolvidos.

O desfecho consegue amarrar os conflitos estabelecidos para cada personagem, como Mike admitindo suas inseguranças em relação a Onze, Lucas (Caleb McLaughlin) tendo que confrontar o colega do time de basquete responsável pelo pânico ao redor do clube de RPG, Dustin (Gaten Matarazzo) sedimentando sua amizade com Eddie (Joseph Quinn). Até Robin (Maya Hawke) consegue ter um momento de aproximação da garota pela qual está apaixonada (Amybeth McNulty).

Em geral séries com elencos tão extensos acabam tendo que correr para resolver as tramas principais em seus últimos episódios e, com isso, muitas conclusões soam apressadas (as séries da Marvel na Disney+ pecam muito por isso) ou passam batido por vários personagens (a segunda temporada de Euphoria colocou muita gente a escanteio), mas aqui os irmãos Duffer conseguem dar conclusões orgânicas e satisfatórias a cada um deles. Claro, a longa duração dos últimos episódios, uma liberdade que o streaming tem por não precisar preencher uma grade de programação e que poucas séries aproveitam, contribui para que seja possível lidar com todos esses elementos. Entretanto, não haveria duração que salvasse uma narrativa ruim e isso é mérito da equipe criativa por conseguir nos envolver em todos esses dramas e indivíduos.

Esse segundo volume da quarta temporada de Stranger Things  faz jus a todas as expectativas construídas pelo volume um e entrega a temporada mais madura e impactante da série até aqui.

 

Nota: 9/10


Trailer

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