quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Crítica – A Vizinha da Mulher na Janela

 

Análise Crítica – A Vizinha da Mulher na Janela

Review – A Vizinha da Mulher na Janela
Histórias de suspense sobre mulheres solitárias e traumatizadas que desenvolvem uma fixação por alguém próximo e acabam se envolvendo em problemas praticamente viraram um subgênero por si só como mostram filmes tipo A Garota do Trem (2016) ou A Mulher na Janela (2021). A série A Vizinha da Mulher na Janela parece perceber isso e decide parodiar esse tipo de história.

A trama é centrada em Anna (Kristen Bell) uma mulher solitária, que se divorciou do marido depois da morte trágica da filha e passa os dias tomando vinho. Um dia um pai solteiro se muda com a filha para a casa da frente e Anna começa a vê-los como uma tentativa de recomeço, se afeiçoando aos dois. Observando eles constantemente pela janela, ela tem a impressão de testemunhar um crime.

Como é comum nesse tipo de história, a personagem tem um problema com bebida, o que é conveniente para que duvidemos de sua percepção dos fatos. Tem também alguma fobia incomum que serve como desculpa conveniente para ela simplesmente não sair de casa para investigar as coisas. Aqui, no entanto, tudo isso é conduzido com um certo senso de absurdo, fazendo graça em cima dessas convenções.

As reviravoltas da trama também são levadas ao extremo do ridículo, como a morte da filha de Anna, esquecida pelo pai numa cela com um psicopata canibal. Pegando os modelos típicos dessas histórias sobre pessoas traumatizadas e criando motivações mais sem sentido possíveis. A revelação final funciona justamente por esse senso de absurdo, brincando com a típica revelação bombástica que conclui esse tipo de história.

O problema é que todos os episódios se apoiam no mesmo tipo de piadas sobre os mesmos tipos de clichês e ao longo da temporada tudo começa a ficar cansativo, soando redundante e até previsível em muitos casos. Talvez com menos episódios o resultado fosse conciso, mas do jeito que está em muitos momentos o humor não funciona porque conseguimos antever as piadas com muita facilidade.

Se as coisas não caem no completo tédio é por conta do trabalho de Kristen Bell, que pega todos os diálogos sem sentido e ações estúpidas da personagem e trata tudo com extrema seriedade, como se estivesse em um suspense sério e não em uma paródia. Esse contraste entre a composição de Bell (que é uma escolha deliberada e não um equívoco tonal) e o nonsense do roteiro contribui para muito da graça da produção.

Ainda assim, A Vizinha da Mulher na Janela não afasta a impressão de um produto de “uma piada só”, repetindo-a até o limite e se tornando cansativo por isso.

 

Nota: 5/10


Trailer


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