quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Crítica – Hypnotic

 

Análise Crítica – Hypnotic

Review – Hypnotic
Eu sou um verme. Eu não tenho amor próprio. Eu me odeio. Só isso pode explicar porque continuo a me sujeitar a assistir esses suspenses ruins produzidos pela Netflix. A essa altura eu já deveria saber que dificilmente encontrarei qualquer coisa além de algo tão ruim que me faz eu me contorcer em agonia só de lembrar. É exatamente o que acontece com este péssimo Hypnotic.

Jenn (Kate Siegel) acha que sua vida está estagnada e resolve ir a um hipnotista depois da indicação de uma amiga. Ela começa as sessões com o doutor Collin (Jason O’Mara), mas coisas estranhas começam a acontecer.

O primeiro problema é o quão óbvio fica desde o início que Collin é um completo psicopata desde a primeira cena em que ele aparece. Com uma voz forçosamente grave e olhos esbugalhados que não piscam, não há nenhuma sutileza na composição de Jason O’Mara para nos deixar em dúvida se os eventos que acometem a protagonista são algum distúrbio mental ou se provocados pelo próprio terapeuta. Não ajuda que o consultório dele seja feito com elementos que parecem o design descartado para um covil de vilão de filme do James Bond da década de 70, com direito a fortes luzes vermelhas piscando e um estilo futurista e opressivo.

O habitualmente carismático Dulé Hill é desperdiçado como um policial que só aparece para vomitar exposições sobre a trama. A narrativa em si tem vários problemas e situações mal construídas ou pouco críveis, como o fato de um policial sair compartilhando documentos de uma investigação em curso com uma civil que acabou de conhecer ou o fato de Collin sempre saber o paradeiro de Jenn, pois aparentemente ele a segue o tempo todo apesar de ser um terapeuta bem sucedido com várias pacientes e supostamente pouco tempo para tal. Outro elemento gratuito é quando uma paciente de Collin invade o apartamento do policial para atacá-lo. Como ela entrou lá? O fato da pessoa estar hipnotizada não torna alguém automaticamente uma ninja capaz de arrombar portas ou se esgueirar sem ser notada.

Aliás, todo o modo como a hipnose é apresentada no filme mais soa como um superpoder ou magia do que qualquer outra coisa, com Collin sendo capaz até de provocar um ataque cardíaco em alguém através de hipnose. O filme poderia usar o tema para construir incerteza sobre o que é real ou não ao redor da personagem, mas a montagem e trabalho de câmera são tão convencionais que esse efeito nunca se concretiza.

No fim, Hypnotic vai causar mais sono do que transe no espectador por conta de seus personagens vazios, trama sem sentido e total incapacidade de criar tensão.

 

Nota: 2/10


Trailer

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