quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Drops – O Culpado

 


Confesso que não assisti Culpa (2018), produção dinamarquesa que serve de base para este O Culpado, produzido pela Netflix, então não tenho como oferecer uma comparação entre o original e o remake. A trama acompanha Joe (Jake Gyllenhaal) um policial que foi rebaixado de seu posto e agora atende as chamadas de emergência. Durante um plantão Joe recebe a ligação de uma mulher que foi sequestrada e começa a tentar ajudar.

Toda a história é contada do ponto de vista de Joe, sentado em sua mesa tentando resolver a situação por telefone para informar corretamente as autoridades. O filme consegue criar um clima de urgência e claustrofobia, nos colocando sob o olhar de alguém que quer ajudar, mas está limitado pela distância física. O trabalho de Jake Gyllenhaal, em cena praticamente durante todo o filme, consegue dar a medida do desespero e da urgência do personagem, bem como nos deixa perceber que há algo de pessoal na natureza como ele se entrega a esse caso e até viola protocolos.

Gyllenhaal não está completamente sozinho, no entanto, contando com as vozes de Riley Keough como a mulher sequestrada e Peter Sarsgaard como o marido aparentemente violento, como ambos conseguindo demonstrar o tormento emocional desses personagens apenas com a voz. A narrativa ainda consegue trazer algumas reviravoltas inesperadas que mexem no modo como enxergamos todo o caso. Por outro lado, os dramas pessoais de Joe são transmitidos e meio que resolvidos muito rapidamente ao final e o tema da necessidade de responsabilização da polícia, que parece ser uma das principais ideias do texto, é jogada de qualquer jeito na tela, não sendo capaz de traz o impacto ou a reflexão que tenta evocar.

Desta maneira, O Culpado consegue construir uma competente atmosfera de suspense, ainda que não consiga fazer seus temas principais ressoarem como deveriam.

 

Nota: 6/10


Trailer

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