terça-feira, 4 de maio de 2021

Crítica – Sem Remorso

 

Análise Crítica – Sem Remorso

Review – Sem Remorso
Baseado em um livro de Tom Clancy, este Sem Remorso é, na prática, um filme de vingança idêntico a todos os outros que já vimos, seguindo boa parte das batidas de trama que imaginamos que o filme irá seguir. Ainda assim,  a trama tem momentos de ação e tensão suficientemente bem construídos para valer a experiência.

Depois de uma missão na Síria na qual sua tropa encontrou e matou criminosos russos, o soldado John Kelly (Michael B. Jordan) retorna para casa para ficar com a esposa, grávida do primeiro filho do casal. Kelly e os demais membros de sua tropa, no entanto, se tornam alvo de operativos russos, que invadem a casa do protagonista e matam sua família. Apesar de baleado Kelly consegue sobreviver e ver o rosto de um dos agressores. Recuperado, Kelly decide ir atrás dos culpados, contando com a ajuda de sua antiga comandante, Greer (Jodi Turner-Smith, do ótimo e pouco visto Queen and Slim), que lhe dá os nomes dos possíveis envolvidos.

Em termos de narrativa não há nada aqui que já não tenhamos visto antes e ainda por cima reproduz alguns lugares comuns antiquados que não deveriam ter mais espaço em narrativas. Um exemplo é o velho clichê da esposa que não tem qualquer outro propósito na trama a não ser morrer para servir de motivação para as ações de um protagonista masculino, o velho tropo das “mulheres em geladeiras” que reduz personagens femininas a um mero adereço na jornada do homem. Claro, a trama apresenta personagens em posições de poder como a oficial Greer, mas isso não cobre o fato de que a esposa do protagonista existe apenas para ser assassinada.

O filme se sustenta pelo trabalho de Michael B. Jordan, que convence da dor, da raiva e da determinação de Kelly. O ator ainda traz uma presença impositiva e segura, deixando claro o quanto Kelly pode ser perigoso para seus inimigos e como sua engenhosidade e habilidades de luta o tornam um operativo formidável. As cenas de ação servem para ilustrar a inteligência tática do protagonista e como ele consegue mudar o rumo de um combate em desvantagem e também a eficiência brutal do protagonista, ainda que nunca o reduza a um super-homem invencível, dando uma sensação de perigo.

O texto também tem um eficiente manejo da intriga graças à ambiguidade de alguns personagens, em especial o elusivo agente da CIA Ritter (Jamie Bell), cuja expressão impassível constantemente nos deixa em dúvida de onde repousa sua lealdade. Bell dá um ar enigmático a Ritter, servindo como possível suspeito para a conspiração que matou a família de Kelly. Outra figura ambígua é o ministro interpretado por Guy Pearce, que transita entre um senso de correção moral e um pragmatismo inescrupuloso que também o torna um suspeito possível da conspiração. Com isso a trama cria um palpável senso de suspense, já que sempre estamos incertos de quem é ou não digno da confiança do protagonista.

Por conta dessa boa construção do suspense, do carisma do protagonista e das boas cenas de ação, Sem Remorso oferece um bom filme de ação sem grandes pretensões a despeito da trama clichê.

 

Nota: 6/10


Trailer


Nenhum comentário: