sexta-feira, 5 de junho de 2020

Crítica – Xenoblade Chronicles: Definitive Edition

Análise Crítica – Xenoblade Chronicles: Definitive Edition

Review – Xenoblade Chronicles: Definitive Edition
Apesar de ter possuído um Nintendo Wii e ser fã de JRPGs, eu não cheguei a jogar Xenoblade Chronicles quando foi originalmente lançado. Isso porque o game saiu bem no fim do ciclo de vida do Wii e ainda por cima levou mais de um ano até ser lançado no ocidente. A esse ponto eu já tinha vendido meu console e adquirido um Playstation 3, perdendo esse e outro elogiado JRPG em The Last Story. Xenoblade Chronicles chegou a receber um port para 3DS, mas também não joguei essa versão. Assim sendo, este Xenoblade Chronicles lançado para Nintendo Switch foi minha oportunidade de conferir a aventura de Shulk e seus aliados.

A trama chama a atenção pela sua ambientação singular. O mundo se situa nos corpos de dois titãs gigantescos, Bionis e Mechonis, que milênios atrás travaram uma intensa batalha até os dois ficarem paralisados e sem vida. No corpo de Bionis surgiram os humanos (ou Homs) e outras espécies orgânicas, enquanto que no corpo de Mechonis surgiram os Mechons, seres mecânicos que constantemente atacam os habitantes de Bionis, por razões desconhecidas. A única arma capaz de causar dano aos Mechons é a misteriosa espada Monado, que nas mãos jovem Shulk é também capaz de prever o futuro. Assim, Shulk parte em uma jornada para deter os Mechons e desvendar os mistérios da Monado.

O jogo recebeu uma série de melhorias gráficas que ajudam a dar mais detalhes e expressividade aos personagens, inserindo-os em uma estética mais próxima de anime. As atualizações visuais ajudam também a dar um senso de escala, permitindo que vejamos as partes distantes dos corpos dos titãs e nos deixando imersos na sensação de que estamos caminhando pelo corpo de seres colossais. A trama não chega a reinventar a roda do gênero, mas tem personagens carismáticos e uma boa dose de reviravoltas que tornam a jornada envolvente.

Se você já jogou o jogo em alguma de suas versões anteriores, esse versão para o Switch oferece um novo capítulo que serve como epílogo para a campanha inicial e que está disponível desde o início para ser jogado, não sendo obrigatório terminar toda a história para acessar o novo conteúdo. Não é nada que valha por si só a compra do jogo, mas demonstra um cuidado em oferecer conteúdo novo ao invés de apenas remasterizar os gráficos.

A grandiosidade não é só nos cenários, mas também na quantidade de coisas a serem feitas, com mais de mil missões secundárias. O problema é que a maioria delas são fetch quests básicas de matar x monstros ou coletar y de tal item. São poucas que contem histórias e impactos que fazem diferença na jornada, como as série de missões que envolve a reconstrução da Colônia 6. Ao menos todas elas tem ícones com os objetivos e alvos no mapa e isso, aliado ao generoso sistema de pontos de viagem rápida, impede que o jogador desperdice muito tempo para realizar essas atividades.

O combate lembra um pouco mecânicas de MMOs. O jogador controla apenas um personagem no grupo de três combatentes, mas os ataques normais são feitos automaticamente, com o jogador controlando a movimentação do personagem e o uso das habilidades especiais que aparecem em uma barra na parte de baixo da tela. Parece simples demais, mas para vencer não basta sair apertando aleatoriamente todas as habilidades, é preciso ser estratégico para combinar os efeitos das diferentes habilidades para derrubar ou atordoar os inimigos, dando a oportunidade de causar dano massivo neles. Posicionamento também é importante, já que algumas habilidade causam mais dano ou debuffs se acertarem o inimigo pelas costas ou pelo flanco. É bem ágil e requer constante atenção.

Ao longo do jogo os personagens aprendem novas habilidades, mas como só é possível colocar um número limitado na barra para serem usadas em combate, é preciso escolher com cuidado e de maneira que cada personagem consiga complementar as habilidades dos demais membros da equipe. Assim, há uma boa camada de estratégia e customização dos personagens, embora há uma constante quantidade de menus a serem navegados. O combate ainda incorpora as capacidades precognitivas da espada Monado, avisando quando algum inimigo está prestes a lançar um ataque capaz de matar um aliado, dando tempo para o jogador mudar os rumos da batalha.

Nem todos os sistemas de progressão fazem tanta diferença. Um exemplo é o sistema de elos sociais, que oferece algumas habilidades passivas adicionais por melhorar o relacionamento com os membros da equipe. Essas habilidades aumentam as porcentagens de determinados atributos, mas são incrementos pouco significativos para o tempo que levam para serem desbloqueadas.

Xenoblade Chronicles Definitive Edition é um ótimo RPG, oferecendo um universo bem peculiar e um complexo sistema de combate.

Nota: 8/10


Trailer

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