segunda-feira, 8 de maio de 2017

Crítica - Alien: Covenant

Resenha Alien: Covenant



Análise Alien: Covenant
Prometheus (2012) foi lançado sob a ideia de que funcionaria como uma espécie de prelúdio de Alien: O Oitavo Passageiro (1979), mas o resultado final deixava mais perguntas do que respostas. Este Alien: Covenant surgiu como uma continuação de Prometheus para aparentemente responder tudo que ficava solto no filme anterior e embora as respostas de fato venham, tem muito pouco a acrescentar ao que tinha sido dito e mostrado no filme de 2012 ou mesmo na série Alien como um todo.

A trama segue a tripulação da nave espacial Covenant, que viaja para colonizar um novo planeta. Quando uma erupção solar atinge a nave, os tripulantes são acordados de seu sono criogênico pelo androide Walter (Michael Fassbender) para consertarem a nave. Durante os reparos, a equipe detecta uma misteriosa transmissão humana em um planeta desconhecido próximo e com iguais condições de habitação do planeta que estão indo colonizar, mas que ainda está a sete anos de viagem. Chegando lá alguns tripulantes são infectados por uma misteriosa substância preta e, bem, vocês sabem o que acontece a partir daí.

O primeiro problema é que para uma tripulação de exploradores e desbravadores, a tripulação da Covenant acaba soando como um bando de moleques estúpidos se lançando em um planeta desconhecido sem nenhum tipo de preparação, contingência ou mesmo proteção apropriada. Sim, pois por mais que soubessem que o lugar tinha uma atmosfera respirável, ainda assim é completamente imbecil que eles tenham ido para um planeta não mapeado sem um traje apropriadamente isolado para protegê-los de possíveis patógenos ou bactérias desconhecidas. E mesmo sem trajar nenhum tipo de proteção apropriada eles saem colocando as mãos em tudo que encontram como se sequer pensassem que poderia haver algo hostil naquele lugar e dando a impressão de que ativamente estão querendo morrer. Em dado momento o capitão Oram (Billy Crudup) passa a crer que um outro personagem (dizer quem é seria spoiler) quer fazer mal a sua equipe e qual a ação dele? Seguir exatamente o que o tal personagem manda até que ele é estúpida e merecidamente morto. Sério, não parece que eles sequer se esforçam para se manterem vivos.

A maior parte da tripulação nem tem tempo para estabelecer uma personalidade ou nos fazer nos importarmos com eles e mesmo aqueles que tem, como a protagonista Daniels (Katherine Waterston) acabam soando rasos. Exceto o fato de Daniels ser casada com o capitão da Covenant (brevemente interpretado por James Franco) não sabemos nada a seu respeito. Aliás, montar uma tripulação quase toda formada por maridos e esposas para ficarem responsáveis pela vida de dois mil colonos em sono criogênicos soa como uma imensa e estúpida irresponsabilidade, já que eles poderiam se sentir tentados a colocar seus interesses afetivos antes das diretrizes da missão, o que obviamente acontece. O único destaque fica por conta de Michael Fassbender que consegue fazer seus dois personagens bem distintos entre si, com maneirismos e modo de falar marcadamente diferentes.

A narrativa até explica o que acontece com a doutora Shaw (Noomi Rapace) e o androide David (Michael Fassbender), mas varre para debaixo do tapete todas as perguntas sem resposta do que queriam os Engenheiros ao criarem a raça humana ou o que os motivou a querer destruí-los, assim as tentativas de conectar este ao filme anterior acabam fazendo pouca diferença com exceção da cena inicial entre David e Weyland (Guy Pearce), que esclarece a motivação do androide. Os questionamentos sobre vida e criação se repetem aqui, construindo a ideia de que a criação é algo que praticamente toda forma de vida almeja e como criadores e criaturas acabam inevitavelmente entrando em conflito por supremacia (os Engenheiros e os humanos, os humanos e os sintéticos), mas sem ir além do que já tinha sido dito ou ponderado em filmes anteriores.

As cenas envolvendo os xenomorfos são provavelmente o ponto alto do filme, lembrando o quanto essas criaturas podem ser letais e imprevisíveis e não nos poupando das consequências violentas de seus ataques. Por outro lado, por mais eficientes e empolgantes que são, muita coisa parece simplesmente repetir cenas de ação que já vimos nos longas anteriores e o clímax com Daniels tendo que lidar com uma criatura na nave parece uma pálida repetição do que já vimos em Alien: O Oitavo Passageiro (1979).

Mesmo com alguns momentos empolgantes, Alien: Covenant tem muito pouco a acrescentar à mitologia da série ou mesmo ao filme que o antecedeu. Acaba sendo prejudicado também pelos personagens pouco interessantes e pelo roteiro que os faz parecer um bando de incompetentes.


Nota: 5/10

Trailer:

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