segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Crítica - American Ultra: Armados e Alucinados


Análise American Ultra: Armados e Alucinados

Review American Ultra: Armados e Alucinados
O que aconteceria se tentássemos mesclar as histórias de Jason Bourne com uma típica comédia de maconheiros ao estilo de Cheech e Chong ou Harold e Kumar? American Ultra: Armados e Alucinados existe justamente para resolver essa dúvida, o problema é que a resposta dada por ele é incrivelmente decepcionante.

A história acompanha Mike (Jesse Eisenberg), um jovem sem ambições que passa o tempo todo chapado ao lado da namorada, Phoebe (Kristen Stewart). O que Mike não sabe é que ele foi fruto de uma experiência do governo para criar um superagente e as autoridades competentes o consideraram perigoso demais e o tornaram um alvo. Agora, de posse de suas  recém-descobertas habilidades ele precisa sobreviver ao ataque de seus inimigos.

O tom inconsistente é uma das coisas que primeiro incomoda no filme, que parece indeciso entre levar tudo a sério e construir uma espécie de crítica aos excessos dos órgãos de inteligência ou abraçar o "humor de maconheiro", partindo para o absurdo e a falta de noção. O resultado é um filme perdido que nunca consegue ser plenamente eficiente em nenhuma das abordagens, é superficial demais para ser levado a sério e falta criatividade no absurdo para ser verdadeiramente engraçado.

Eisenberg e Stewart tem claramente uma boa química juntos, algo que já tinham demonstrado no subestimado Férias Frustradas de Verão (2009) e essa é a única razão pela qual investimos no romance entre eles, já que o roteiro falha em nos fazer entender o que Phoebe realmente viu em Mike além da pena por ele ter sido cobaia num experimento do governo, principalmente por ele ser tão dependente ao ponto de Phoebe se comportar mais como mãe do que como namorada dele.

O vilão interpretado por Topher Grace é um burocrata patético, que não convence como ameaça, ao mesmo tempo que não é suficientemente ridículo para que consigamos rir dele, aborrecendo ao invés de gerar tensão ou riso. Do mesmo modo, o assassino risonho vivido por Walton Goggins (da série Justified) é tão exagerado que acaba ficando irritante. Ainda por cima desperdiça bons coadjuvantes como John Leguizamo, Lavell Crawford (o Huell de Breaking Bad) e Tony Hale (da série Veep) em pontas irrelevantes que jamais dizem a que vieram.

O filme investe ainda em várias cenas de ação regadas a um volume imenso de sangue, mas elas são burocráticas e pouco criativas, jamais conseguindo empolgar ou criar uma atmosfera crível de perigo. Falha também em fazer rir com toda essa ultraviolência, já que falta aos assassinatos a criatividade o senso de absurdo do recente Como Sobreviver a um Ataque Zumbi.

Deste modo, American Ultra: Armados e Alucinados decepciona ao não fazer funcionar uma premissa bastante promissora, entregando uma comédia de ação na qual a comédia não faz rir e a ação não empolga.

Nota: 3/10

Confiram aqui o trailer do filme:

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