sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Drops – Meu Pai é um Perigo

 

Análise Crítica – Meu Pai é um Perigo

Review – Meu Pai é um Perigo
Estrelado pelo comediante Sebastian Maniscalco e levemente baseado na sua relação com o pai na vida real, Meu Pai é um Perigo é praticamente A Gaiola das Loucas (1996) trocando gays por italianos. Na trama, Sebastian (Sebastian Maniscalco) é um filho de imigrante italiano que está prestes a pedir a namorada, Ellie (Leslie Bibb), em casamento, mas seu pai, Salvo (Robert De Niro), quer primeiro conhecer a tradicional família branca e protestante de Ellie antes de dar a benção para o filho casar. Assim, Sebastian e Salvo viajam para a propriedade da família de Ellie para passar o feriado de 4 de julho e o choque cultural entre as duas famílias cria caos.

O filme tem uma estrutura relativamente episódica, saindo de um evento para outro quase como se fossem esquetes soltos ao invés de uma narrativa coesa. Essa falta de coesão se vê também nos personagens, em especial Salvo. Se nos primeiros momentos ele implica com absolutamente tudo, depois de uma reclamação de Sebastian ele muda completamente de personalidade e simplesmente passa a encantar toda a família de Ellie como se nada tivesse acontecido. Esse tipo de guinada pela conveniência da trama tira o impacto de aspectos mais dramáticos dos conflitos familiares que o filme tenta construir, fazendo os momentos que deveriam ser de catarse e reconciliação não funcionarem.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Crítica – Acampamento de Teatro

 

Análise Crítica – Acampamento de Teatro

Review – Acampamento de Teatro
Inspirado no curta-metragem de mesmo nome, Acampamento de Teatro remete a comédias dos anos 80 sobre acampamentos de férias cujas tramas giravam em torno de salvar um acampamento humilde, mas adorado pelos veranistas, da falência ou de ser comprado pelo acampamento dos ricos esnobes. Ele segue essa mesma premissa, misturando com uma estrutura de falso documentário e um humor que parodia o universo do teatro musical.

Durante décadas Joan (Amy Sedaris) dirigiu um acampamento de férias dedicado a crianças que queriam estudar teatro. Embora humilde, o local era adorado pelas crianças, mas quando Joan sofre um derrame, seu filho influencer, Troy (Jimmy Tatro), assume a gestão do local implementando mudanças e cortes de gastos para tentar salvar o local da falência. Demitindo boa parte dos instrutores, cabe aos professores remanescentes, Amos (Ben Platt) e Rebecca-Diane (Molly Gordon, que fez a namorada do Carmy em O Urso), tentarem manter o local funcionando a contento e organizar um espetáculo em homenagem a Joan.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Drops – Leo

 

Análise Crítica – Leo

Review – Leo
Não sabia o que esperar de Leo animação produzida e estrelada por Adam Sandler, mas o que encontrei é uma aventura infantil razoavelmente divertida e inofensiva apesar de lugar-comum. Na trama, Leo (Adam Sandler) é um lagarto de 74 anos que vive como mascote de uma turma de quinta série em uma escola na Flórida. Quando ele descobre que pode ter apenas mais um ano de vida, decide fugir para aproveitar o tempo que resta. Acontece que ele acaba se envolvendo com os problemas pessoais dos alunos e decide ajudá-los.

Os arcos das crianças são tramas bem comuns nesse tipo de história, como a criança que se sente deslocada depois do divórcio dos pais, crianças inseguras com a própria aparência, outra que é superprotegida pelos pais ou uma cujos pais substituem presentes e bens materiais por afeto. Ainda assim há um calor humano genuíno nas interações entre Leo e as crianças, com o crescimento e aprendizado que elas têm sendo coerente com a dinâmica que a trama estabelece e mostrando como uma criança pode se desenvolver se lidar com seus problemas.

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Crítica – Dragon Ball Super: Super Hero

Análise Crítica – Dragon Ball Super: Super Hero

 

Review – Dragon Ball Super: Super Hero
Depois que Dragon Ball Super: Broly trouxe uma boa releitura de um vilão que não era lá grande coisa quando foi introduzido nos filmes de Dragon Ball Z, confesso que fiquei esperançoso para o filme seguinte de Dragon Ball. As expectativas aumentaram com o anúncio de que Dragon Ball Super: Super Hero seria focado principalmente em Piccolo e Gohan, personagens que há muito foram escanteados para que Goku e Vegeta dominassem tudo. O resultado, no entanto, é uma reprodução pálida da saga de Cell que nunca chega nem perto do impacto da original.

Na trama, Piccolo descobre que a força Red Ribbon está se organizando novamente e criou dois poderosos novos androides, Gamma 1 e Gamma 2. Com Goku, Vegeta e Broly treinando no planeta de Bills e sem conseguir falar com eles, Piccolo tenta persuadir Gohan a se juntar a ele nessa aventura. Como eu disse, toda ideia de Red Ribbon, androides e até uma nova versão de Cell, o gigante Cell Max, remetem de maneira muito direta à saga de Cell e dos androides em Dragon Ball Z, com muitos momentos se repetindo, inclusive Gohan perdendo o controle na batalha contra Cell Max e alcançando um novo nível de poder.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Crítica – O Mundo Depois de Nós

 

Análise Crítica – O Mundo Depois de Nós

Review – O Mundo Depois de Nós
Dirigido por Sam Esmail, criador da série Mr. Robot, O Mundo Depois de Nós traz algumas reflexões de nossa dependência de tecnologia e também sobre as fissuras de nossa sociedade e como a combinação desses elementos pode resultar em nossa perdição. Nem sempre trabalha essas ideias a contento, mas se beneficia de um elenco afiado e de um senso constante de pavor.

A trama acompanha uma família de férias. O casal Clay (Ethan Hawke) e Amanda (Julia Roberts) alugam uma remota propriedade de luxo para passarem um final de semana com os dois filhos. Durante a viagem eles notam que a internet e o sinal de tv não funcionam, mas não pensam ser nada demais. Ao longo do dia outros fenômenos estranhos voltam a acontecer e as coisas se agravam quando dois estranhos, George (Mahershala Ali) e Ruth (Myha’la), batem à porta e pedem abrigo de um severo blecaute. Agora eles precisam encontrar um jeito de conviverem enquanto o mundo ao redor deles parece desmoronar.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Crítica – O Protetor: Capítulo Final

 

Análise Crítica – O Protetor: Capítulo Final

Review – O Protetor: Capítulo Final
Depois de um competente primeiro filme e uma continuação aquém do original, o diretor Antoine Fuqua e o ator Denzel Washington encerram a história da Robert McCall neste O Protetor: Capítulo Final. Não chega a ser tão bacana quanto o primeiro filme, mas ao menos não é sem graça como o segundo.

A trama leva McCall (Denzel Washington) para a Sicília, no sul da Itália. Ao enfrentar um grupo de mafiosos para recuperar algo que foi levado dos EUA, o protagonista topa com um grande esquema de financiamento de terrorismo via a máfia siciliana. Agora ele precisa proteger os habitantes da pequena vila que é controlada pelos criminosos ao mesmo tempo em que tenta contato com a CIA para alertá-los dessa ameaça em escala global, contando com a ajuda da analista Emma (Dakota Fanning).

É uma trama um pouco mais lenta que os outros filmes, mas cujo ritmo é necessário tanto para estabelecer as relações que McCall vai construindo com o povo da vila e como o local vai aos poucos se tornando importante para ele, como para o processo do personagem de finalmente contemplar uma vida de paz, sem que precise entrar em conflitos o tempo todo. O filme faz um bom trabalho de nos fazer entender porque alguém como ele se interessaria pela banalidade da vida daquelas pessoas e porque preservar esse modo de vida humilde e pacato da vila seria importante para McCall.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Crítica – Twisted Metal

 

Análise Crítica – Twisted Metal

Review – Twisted Metal
Tive pouco contato com os games da franquia Twisted Metal. Joguei brevemente no Playstation original, mas não tenho muita memória. Lembro de alguns personagens, como o palhaço Sweet Tooth e o fato de que os combates veiculares giravam em torno de um torneio de embates até a morte. Era algo bem básico que tinha minhas dúvidas se seria capaz de render uma série, mas Twisted Metal, criada pelos mesmos responsáveis por Zumbilândia, entrega uma aventura apocalíptica inesperadamente divertida.

A trama se passa em um futuro no qual a sociedade colapsou. As poucas cidades que restaram se tornaram fortalezas muradas nas quais ninguém mais entra. A comunicação entre as cidades é feita pelos “leiteiros” entregadores que cruzam o país em carros cheios de blindagem e armas para sobreviverem aos perigos da estrada. John Doe (Anthony Mackie) é um desses leiteiros. Tendo vivido nos ermos a vida inteira, ele recebe a chance de morar em São Francisco se cumprir uma perigosa entrega para a governante local, Raven (Neve Campbell). No caminho ele conhece tipos perigosos como o insano Sweet Tooth (Samoa Joe/Will Arnett) ou o policial Stone (Thomas Haden Church), obcecado em fazer a lei valer nos ermos. Para sobreviver John se alia à misteriosa Quiet (Stephanie Beatriz), de quem vai se aproximando aos poucos.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Crítica – A Batalha de Natal

 

Análise Crítica – A Batalha de Natal

Review – A Batalha de Natal
Dezembro chega e inevitavelmente começam a pipocar filmes natalinos nos streamings e canais a cabo. A Batalha de Natal, produzido pela Prime Video, é o mais novo exemplar de produção feita à toque de caixa para capitalizar no espírito das festas de fim de ano. Sim, eu sei que em pleno 2023 fazer um filme de natal que seja muito diferente ou inovador é complicado considerando o volume de produções desse tipo que inundam os catálogos todo ano, mas, ainda assim, A Batalha de Natal não afasta a sensação de que já vimos tudo isso antes e que o filme funciona como uma espécie de checklist de clichês do gênero sem muita imaginação.

A trama gira em torno Chris (Eddie Murphy), um homem recém desempregado que decide vencer a qualquer custo o concurso de decoração de Natal de seu bairro para conquistar o prêmio em dinheiro da competição. Chris acaba fazendo um pacto com a elfa natalina Pepper (Jillian Bell) para vencer, mas a elfa cobra um custo e se ele não encontrar cinco anéis dourados até a noite de Natal, Chris será transformado em uma decoração natalina.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Crítica – Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho

 

Análise Crítica – Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho

Review – Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho
A contravenção do jogo do bicho é um esquema que existe faz tempo no Brasil e ocupa um lugar de destaque principalmente no Rio de Janeiro, onde se originou. A série documental Vale o Escrito: A Guerra do Jogo do Bicho, produzida pela Globoplay, conta a história desse esquema de jogo e como ele se relaciona com diversas dimensões da vida carioca, do carnaval à política, passando também pela origem de outros grupos criminosos.

Dividida em oito episódios, a série foca cada um deles em personalidades diferentes da contravenção, começando nas origens do jogo do bicho e encerrando nos dias atuais. Em termos estilísticos a série entrega aquilo já se tornou convencional em documentários sobre crimes, se estruturando ao redor de entrevistas, imagens de arquivo e ocasionalmente algumas cenas encenadas.

Apesar de tradicional em seu formato, o que chama a atenção na série é a ampla pesquisa jornalística feita sobre o caso, cobrindo um longo período de tempo e o amplo escopo da rede de crimes desses contraventores. A série nos mostra como é o jogo do bicho que amplia e organiza o carnaval carioca e o desfile das escolas de samba, não apenas ao assumirem e financiarem individualmente certas escolas de samba, mas na criação da Liga que representa o coletivo das escolas e organiza a competição. Do mesmo modo, vemos como muitos dos bicheiros da chamada “alta cúpula” do jogo tem ligação com vários políticos em posição de destaque no Rio e na política nacional.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Drops – A Lista de Beijos

 

Crítica – A Lista de Beijos

Review – A Lista de Beijos
Eu não esperava nada muito inovador ou diferente quando fui assistir A Lista de Beijos, mas queria ao menos ver uma comédia adolescente minimamente bem realizada e carismática. O que encontrei, no entanto, foi uma coleção de lugares comuns pouco imaginativos que não servem para dar ao filme nenhum tipo de personalidade própria.

A narrativa gira em torno de Camille (Megan Suri) que consegue beijar um dos garotos populares da escola. O que deveria ser um sonho se torna um pesadelo quando o garoto espalha para toda escola que ela beija mal. Quando fazem uma enquete no colégio e apenas quatro pessoas dizem que ficariam com Camille, ela decide procurar essas pessoas para provar que não beija mal. 

É uma típica história de despertar afetivo adolescente. Uma personagem que sente que está “atrasada” em suas experiências afetivas e sexuais e decide correr atrás do tempo perdido de uma maneira que não é exatamente saudável. Já assistimos vários filmes assim, de American Pie (1999) a Superbad (2007) passando pelo recente e ótimo Clube da Luta para Meninas (2023) e A Lista de Beijos não faz nada de interessante com sua premissa.