sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Crítica – Tekken: Bloodline

 

Análise Crítica – Tekken: Bloodline

Eu tenho algum conhecimento dos games da franquia Tekken, embora não seja próximo a eles como sou de outros grandes nomes dos jogos de luta. Ainda assim fui atraído para este Tekken: Bloodline pelo trabalho competente que a Netflix vem fazendo em adaptar games em séries animadas, a exemplo de Castlevania ou Cuphead.

A trama se baseia na narrativa Tekken 3, sendo protagonizada por Jin Kazama, que vê a mãe ser morta pelo perigoso ser conhecido como Ogre. O jovem parte então para encontrar seu único familiar remanescente, o poderoso e cruel Heihachi Mishima, dono da corporação Tekken e organizador do torneio Rei do Punho de Ferro. Heihachi treina o neto em seu estilo de luta, visando prepará-lo para enfrentar Ogre eventualmente, mas o patriarca Mishima também esconde seus segredos.

A narrativa acerta no modo como capta as personalidades de seus personagens, em especial a crueldade ardilosa de Heihachi. O conflito interno de Jin, pego entre a compassividade da mãe e a dureza do avô, lutando para encontrar seu próprio caminho em meio a tudo isso, também é bem construído. Paul Phoenix e Xiaoyu, por sua vez, participam como coadjuvantes divertidos e também protagonizando boas cenas de luta. Não é lá uma trama ou conflitos muito inovadores, mas os personagens e as lutas ao menos conseguem nos manter envolvidos e a narrativa consegue equilibrar bem os elementos sombrios com os aspectos mais sem noção dos jogos. Afinal, não podemos esquecer que em meio a todo o drama familiar, Tekken é também uma franquia em que um urso pardo é admitido em um torneio de lutadores humanos.

A ação, por sinal, é um ponto alto da série, sendo eficiente em evocar o senso dos combates brutais e estratégicos dos games, incluindo os principais movimentos de cada personagem. Os efeitos visuais que transmitem o impacto de um golpe o a deflexão de um bloqueio parecem saídos diretamente dos jogos e contribuem para a identidade visual da franquia.

Fora das cenas de luta, no entanto, a animação apresenta uma série de problemas técnicos. Em cenas de diálogo é muito comum que apenas as bocas dos personagens se movam, como pouquíssimo movimento no resto, ou que a câmera fixe em imagens estáticas com o áudio fora de quadro. São táticas comumente usadas para economizar tempo e dinheiro por usarem menos quadros de animação, o problema é que isso ocorre também em cenas que os personagens caminham ou desempenham outros movimentos. Nesse tipo de cena é bem perceptível que a animação flui a pouquíssimos quadros por segundo, fazendo tudo parecer travado ou acontecendo em velocidade alterada.

Talvez isso tenha acontecido por ser a primeira temporada e houve a tentativa de otimizar os recursos, deixando a animação mais complexa para as cenas de luta. Considerando o potencial exibido aqui, torço para que uma possível segunda temporada melhore esses elementos.

Tekken: Bloodline pode não alcançar o nível de adaptações de games como Castlevania e tem sua parcela de problemas técnicos, mas a ação e a fidelidade ao universo são suficiente para valer a experiência.

 

Nota: 7/10


Trailer

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