terça-feira, 28 de abril de 2020

Crítica – Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion


Análise Crítica – Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion


Review – Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion
Produzido pela WB Animation, fui assistir este Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion esperando algo com a mesma qualidade dos longas animados que a Warner faz para o universo DC. O filme de fato entrega a brutalidade das lutas que se espera de um Mortal Kombat, mas deixa a desejar no desenvolvimento dos personagens.

A trama reconta a história do primeiro Mortal Kombat sob a perspectiva do ninja Scorpion. Antes Hanzo Hasashi, o ninja vivia com sua família até que todos foram mortos pelos membros do clã Lin Kuei e seu líder, Sub-Zero. No submundo, Hasashi jurou lealdade ao feiticeiro Quan Chi, sendo transformado em um poderoso espectro infernal para se infiltrar na ilha de Shang Tsung, onde o torneio Mortal Kombat estaria acontecendo, para roubar o amuleto que permitiria libertar o deus Shinnok e para ter sua vingança contra Sub-Zero.

O início é competente em mostrar a vida pregressa de Hanzo e o impacto que a morte de sua família causa nele. O problema é que tudo começa a se mover muito rápido após a aliança dele com Quan Chi e sua transformação em Scorpion. A partir desse ponto, no entanto, o personagem não é nada mais que uma eficiente máquina de matar. Não há muito esforço em tentar entender o que significa para o personagem essa existência como uma cria infernal ou como ele aprendeu a usar suas novas habilidades. O foco em Scorpion também acaba fazendo os demais combatentes (ou seriam kombatentes?) parecer menos hábeis, já que Liu Kang, Sonya e Johnny Cage precisam ser constantemente salvos pelo ninja infernal.

O Johnny Cage dublado por Joel Mc Hale (o Jeff de Community) oferece algum senso de humor, embora suas interações com Sonya não funcionem como deveriam, sendo reduzidas a uma comédia física repetitiva. Além disso, a aproximação romântica dos dois é construída de maneira muito abrupta, com Sonya detestando Cage durante boa parte da história, até que muda de opinião ao vê-lo lutar, como isso compensasse todos os outros aspectos da personalidade de Cage que ela detesta.

A animação acerta na ação sangrenta que é característica dos jogos, com sangue e tripas voando em profusão a cada luta. Tal como nos games, a representação da violência aqui caminha em uma linha tênue entre o impactante e o cômico. Algumas cenas, como a de Goro finalizando Jax, impressionam pela brutalidade, enquanto outras são tão exageradas que mais provocam risos do que tensão ou repulsa, a exemplo da cena em que Hanzo/Scorpion dá um soco tão forte em um inimigo que os olhos do oponente saltam para fora de seu crânio.

As lutas também trazem os mesmos efeitos de “raio x” dos jogos recentes, usando câmera lenta em alguns momentos para mostrar o dano interno causado pelos golpes de cada lutador. O expediente não só ressalta a violência dos combates como também ajuda a dar um senso de perigo, já que sabemos exatamente a extensão dos ferimentos de um guerreiro ou como cada lutador pode ser letal.

Assim, Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion faz pouco para expandir ou aprofundar Scorpion como personagem, mas ao menos entrega bons momentos de ação.

Nota: 6/10


Trailer

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