quarta-feira, 6 de abril de 2022

Crítica – Kirby and the Forgotten Land

 

Análise Crítica – Kirby and the Forgotten Land

Review – Kirby and the Forgotten Land
Depois de décadas em aventuras bidimensionais, a Nintendo dá ao Kirby uma aventura tridimensional neste Kirby and the Forgotten Land para Nintendo Switch. Os primeiros trailers surpreendiam ao mostrar a bolota rosa caminhando por espaços abertos do que pareciam ser ruínas de uma civilização humana, dando a impressão de um mundo aberto pós-apocalíptico. Embora esse tipo de ruína seja prevalente durante o game, o produto final, como já tinha ficado evidente nos demos lançados, não tem uma estrutura aberta e sim por fases tridimensionais com espaços a explorar e alguma linearidade. Algo similar a Super Mario 3D World.

Na trama, Kirby é inesperadamente tragado por um portal que o leva a um terra arruinada. Lá ele encontra uma criatura chamada Eiflin, que o auxilia a resgatar os Waddle Dees que também foram transportados para este mundo e sequestrados por um misterioso grupo de vilões chamado The Beast Pack. Apesar do mundo em ruínas, o game ainda apresenta um universo colorido e fofo como os outros games do personagem, conseguindo mesclar com habilidade essa estética apocalíptica com os visuais mais cartunescos.

O jogo é dividido em mundos e cada mundo é dividido em fases. As fases tem espaços tridimensionais relativamente lineares, mas com espaço o suficiente para abrigar uma boa dose de segredos e áreas ocultas. Como a maioria dos games do Kirby, passar de fase não é exatamente difícil, já que mesmo na dificuldade mais alta (e eu joguei o jogo inteiro nela), os inimigos comuns são facilmente derrotados, a barra de vida aguenta muito dano, itens de recuperação abundam.

A dificuldade vem mesmo de achar todos os segredos e resgatar todos os Waddle Dees de cada fase, já que as pequenas criaturas são necessárias para abrir fases posteriores e a batalha contra o chefe de cada mundo, funcionando como as estrelas nos games do Mario. Isso ajuda a testar a atenção do jogador e a garantir um certo fator replay já que nem sempre é possível encontrar todos os segredos de primeira. Salvar os Waddle Dees também abre novas possibilidades no assentamento formado pelas criaturinhas que serve como hub. Ampliar a cidade dos Waddle Dees abre novos negócios, como uma lanchonete que vende itens de recuperação, ou minigames, como um coliseu para batalhar ou um lago para pescar. Assim, o jogador sempre sente que está sendo recompensado por explorar e resgatar as criaturas.

Em termos de jogabilidade, Kirby se movimenta pelas fases com muitas habilidades já conhecidas, como seus saltos múltiplos e capacidade de inalar os inimigos, absorvendo os poderes deles. Boa parte das habilidades conhecidas, como fogo, gelo, espada ou cortador está presente aqui. A novidade é que esses poderes podem ser melhorados ao encontrar plantas em áreas escondidas das fases ou derrotando alguns chefões. Para fazer as melhorias, o jogador precisa gastar moedas coletadas nas fases normais e estrelas coletadas em fases de desafios.

Esses desafios normalmente envolvem uma corrida contra o tempo envolvendo uma série de desafios construídos ao redor da mecânica de um poder específico. Eles exigem mais raciocínio e estratégia do que as fases normais, mas não chegam a tornar o game exatamente mais difícil a menos que você busque completá-los no tempo exigido, no entanto a recompensa por fazer isso são algumas moedas a mais, então não há muito incentivo para tal.

Outra nova mecânica é o chamado Mouthful Mode, quando Kirby tenta inalar objetos muito grandes e fica preso a eles. De início achei que seria um recurso pontual, mas é presente em praticamente todas as fases e o level design sempre os explora de maneiras inventivas. Assim, além da inerente diversão de ver Kirby transformado em um carro ou em um cone, essas transformações são sempre usadas de modo criativo para interagir com os espaços e são uma bem-vinda adição.

O game dá a opção de um modo cooperativo local no qual o segundo jogador controla um Waddle Dee de bandana que luta munido de uma lança. A criatura não tem os mesmos poderes de Kirby, sendo mais limitado em termos de gameplay, e a câmera fixa em Kirby transportando o Waddle Dee do segundo jogador para perto dele caso se afaste demais. Assim, é mais aquele tipo de experiência cooperativa dedicada a colocar seu irmão menor ou uma pessoa pouco acostumada a games para jogar (pensem no Tails nos games do Sonic para Mega Drive) do que algo que pode ser interessante para duplas de jogadores mais experientes.

As batalhas contra chefes oferecem algum desafio a mais que as fases comuns, embora mesmo na dificuldade mais alta só morri uma vez contra eles. Novamente o desafio maior vem de cumprir os requisitos para resgatar todos os Waddle Dees, como vencê-los em um tempo específico, vencer sem tomar dando ou sem usar nenhuma habilidade de cópia.

Desta maneira, mesmo sendo um game relativamente fácil não trazendo nenhuma reinvenção radical do que uma aventura do Kirby deve ser, Kirby and the Forgotten Land executa muito bem aquilo que se espera de um game da bolota rosa, com muita exploração, poderes variados, fofura e senso de humor.

 

Nota: 8/10


Trailer

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