terça-feira, 1 de setembro de 2020

Crítica – Control: AWE

 

Análise Crítica – Control: AWE

Review – Control: AWE
Já falei antes sobre como o game Control é excelente na construção estética e atmosférica de seu universo enigmático e estranho. Este AWE (ou EMA em português) segunda, e talvez última, expansão do jogo sedimenta essa impressão ao mesmo tempo em que conecta seu universo ao do game Alan Wake (que, confesso, não joguei), também da desenvolvedora Remedy.

A trama da expansão leva Jesse ao Setor de Investigação, uma nova área da Casa Antiga. Depois de receber mensagens telepáticas de Alan Wake, Jesse descobre que o Dr Emil Hartman (que aparece nos games do Alan Wake) está vagando pelos corredores do Setor como uma aberração gigantesca e deformada. Cabe a Jesse conter a ameaça antes que ela fique livre para vagar pela Casa Antiga.

O Setor de Investigação traz a mesma estética de arquitetura brutalista dos ambientes da campanha principal que contribuem para um sentimento de claustrofobia, opressão e estranheza, no entanto não tem nada de muito diferente do que vimos antes durante a campanha, não tendo exatamente uma identidade própria, como as cavernas e espaços abertos de Fundação, o DLC anterior.

A expansão pende um pouco mais para o horror do que o mistério, com muitas sequências envolvendo fugir do aberrante Hartman, que sempre espreita os cantos escuros do setor. De certa forma como acontecia em Alan Wake, a expansão tem muitos momentos em que o jogador precisa usar a luz para enfrentar inimigos ou remover obstáculos, alguns desses momentos são bem tensos, mas alguns confrontos com Hartman que envolvem quebra cabeças de apertar interruptores para mover luzes pelo cenário e atingir alvos específicos são um pouco frustrantes.

Isso porque é difícil ver os projéteis de sombra que Hartman dispara (e ser atingido por algo que não dá pra ver é sempre irritante) e porque Hartman pode se teletransportar pelo cenário, aparecendo bem em cima de Jesse na hora que saímos da luz e causando um dano altíssimo. Praticamente todos os quebra-cabeças da expansão envolvem manejar conduítes de luz, o que torna as coisas um pouco repetitivas considerando as pouco mais de três horas de conteúdo da expansão.

Por outro lado, em termos de combate temos algumas novas ferramentas e inimigos que oferecem frescor à experiência. Há uma nova forma para a Arma de Serviço que funciona como um lançador de granadas aderentes, que grudam em objetos ou inimigos e podem ser detonadas quando o jogador quiser. Além de ser ótima contra multidões, também pode ser usada de maneiras criativas, como grudar um explosivo em um objeto e depois arremessar o objeto em inimigos. O poder de telecinese de Jesse é ampliado, permitindo que ela possa levitar até três objetos simultaneamente e arremessá-los de uma vez nos inimigos, o que é ótimo contra grupos ou contra inimigos muito poderosos com muita vida.

No Setor de Investigação ela também encontra um novo inimigo, soldados com capacidade de levitar que disparam tiros e granadas que obrigam o jogador a ficar em constante movimento. Além das missões principais, a expansão também oferece missões secundárias. Algumas são tarefas simples como eliminar o mofo de determinados espaços ou reviver plantas, como na campanha principal, mas outras trazem o tipo de história estranha e enigmática que o jogo faz tão bem, como a missão que envolve ajudar um agente preso em um bunker que faz um pedido esquisito a Jesse ou que nos coloca para desvendar o mistério de um trem.

A expansão AWE de Control oferece um competente clima de horror, uma expansão do universo e novas habilidades, sendo apenas prejudicada pela natureza repetitiva e frustrante de alguns elementos da trama principal.

 

Nota: 8/10


Trailer

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