No papel The Alto Knights: Máfia e Poder soa como um filme promissor. A
história real de uma rivalidade entre dois grandes mafiosos estrelada por
Robert De Niro e dirigida pelo renomado Barry Levinson parece um filme com
tudo para dar certo. Infelizmente, no entanto, o que parece se conduzir como se
fosse um novo Os Bons Companheiros
(1990)termina mais próximo de um
desastre como Gotti: O Chefe da Máfia(2018).
Dupla explosiva
A narrativa se baseia na história
real da rivalidade entre Frank Costello (Robert De Niro) e Vito Genovese
(também Robert De Niro), dois imigrantes italianos que trabalharam juntos em
organizações mafiosas nos Estados Unidos da metade século XX e se tornaram
rivais disputando pelo controle. Suas personalidades são opostas, com Costello
sendo um sujeito mais suave, mais político, enquanto Vito é cabeça quente,
irascível e propenso a resolver tudo na base da violência. Quando um atentado à
vida de Frank fracassa, ele resolve se aposentar do comando da organização
passando tudo para Vito, mas a ambição e paranoia de Vito colocam tudo em
risco.
Estrelado por Hunter Schafer, Cuckoo: O Medo Chama cria uma misteriosa
atmosfera de horror para sua história, mas conforme progride não consegue dar
conta dos múltiplos temas que tenta abordar. A narrativa é centrada em Gretchen
(Hunter Schafer), uma jovem que se muda para a Alemanha com o pai, Luis (Marton
Csokas), a madastra, Beth (Jessica Henwick), e a irmã caçula Alma (Mila Lieu),
que desde que nasceu nunca conseguiu falar. Luis vai para o país a trabalho,
para reformar o remoto resort nas montanhas de propriedade do excêntrico Konig
(Dan Stevens). Gretchen começa a trabalhar como recepcionista do remoto resort,
mas logo começa a notar estranhos fenômenos e a ser perseguida por uma bizarra
mulher encapuzada. Como ninguém mais vê a tal mulher, o pai e a madrasta acham
que Gretchen está tentando chamar atenção, já que eles estão focados nos
problemas de saúde de Alma.
Espécie invasora
A narrativa vai aos poucos
construindo um senso de tensão e estranheza conforme fenômenos bizarros vão
acontecendo ao redor de Gretchen, desde conduta esquisita dos hóspedes,
passando por estranhos sons e momentos de deja
vu que ela experimenta até as violentas perseguições da mulher encapuzada.
Há uma ambiguidade nesses momentos que nos deixa incertos se é tudo na mente de
Gretchen, que lida com o senso de isolamento e o falecimento inesperado de sua
mãe, ou se há de fato uma criatura à espreita que explica todos os fenômenos
estranhos.
Por outro lado, alguns segredos
são bem óbvios desde o início como o fato de Konig claramente estar escondendo
algo, o que mina parte da ambiguidade que a narrativa tenta construir. O que
era uma narrativa sobre o luto de Gretchen e o senso de não pertencimento dela
à nova família do pai vai se abrindo a outros temas a partir do momento em que
o filme decide explicar o que de fato está acontecendo e qual a natureza da
ameaça.
As experiências de Konig com
criaturas híbridas deslocam os temas do luto para falar de ética científica,
direitos reprodutivos da mulher e diferentes configurações de família, mas
nunca há tempo suficiente para desenvolver todas essas ideias. O filme se torna
um slasher competente, com bons
momentos de tensão graças aos visuais bizarros e senso de estranheza com o qual
tudo é conduzido, mas fica a impressão de que a narrativa levanta muitas
questões e não as trabalha a contento.
De certa forma Tempo de Guerra passa por questões
similares a Falcão Negro em Perigo (2001).
Ambas são produções tecnicamente bem feitas nas suas reconstruções de situações
de guerra, mas que é míope demais no contexto ao redor desse conflito para que
seu efeito seja qualquer outra coisa que não uma celebração maniqueísta da
resiliência das tropas retratadas.
Guerra interior
A trama conta a história real de
uma tropa de fuzileiros durante a Guerra do Iraque que ficou acuada em dentro
de uma casa enquanto tentavam dar suporte a outra unidade. Sem ter como sair e
com soldados feridos, eles tentam resistir aos ataques externos enquanto buscam
um modo de cuidar dos feridos e evacuar em segurança. A narrativa se passa em
tempo real, acompanhando a situação conforme ela se desenrola e busca um
registro mais realista de uma operação de guerra.
Me aproximo desse Premonição 6: Laços de Sangue como
alguém que não é um profundo conhecedor da franquia. Assisti o primeiro e o
segundo filme e, assim como aconteceu com Jogos
Mortais, me dei por satisfeito e resolvi parar por aí. Com esse sexto filme
chegando mais de uma década depois do quinto fiquei curioso por terem
resolvidos ressuscitar a franquia.
Desafiando a morte
A trama é centrada em Steph (Kaitlyn
Santa Juana), uma jovem universitária que começa a ter sonhos recorrentes com o
desabamento de um restaurante panorâmico que mata várias pessoas. Com o tempo
ela descobre que uma das pessoas no sonho era sua avó e como as visões estão
atrapalhando em seu desempenho na faculdade, ela decide descobrir o que
aconteceu com a sua avó e, no processo desenterra segredos de sua família.
Existem dois filmes dentro de Echo Valley e, infelizmente, a produção
escolhe por priorizar o menos interessante deles. Apesar de um começo promissor
e de um elenco competente, a produção acaba degringolando em um suspense B que sequer
consegue executar bem suas principais reviravoltas.
Querida menina
Depois de uma perda pessoal
severa, Kate (Julianne Moore) passa a viver reclusa em sua fazenda de cavalos.
O cotidiano solitário dela é interrompido pelo retorno Claire (Sydney Sweeney),
sua filha viciada em drogas. De início parece que Claire está disposta a se
reestruturar, mas logo fica evidente que ela está ali só para conseguir
dinheiro e outros recursos antes de voltar para as ruas. Kate tenta ajudá-la,
mas logo se vê enredada nos crimes da filha.
Depois de dar novo fôlego à
franquia com OPredador: A Caçada (2022), o diretor Dan Trachtenberg retorna ao
universo dos yautja (a raça dos predadores) nesta antologia animada Predador: Assassino de Assassinos. A
narrativa acompanha três histórias que se passam em épocas diferentes e mostram
a presença dos predadores em nosso planeta o longo da história humana.
Quem mata os matadores?
A primeira história se passa no
período dos vikings, com a guerreira
Ursa liderando seu povo em uma campanha para se vingar daqueles que mataram seu
pai. A segunda acontece no Japão feudal, com os irmãos Kenji e Kiyoshi lutando
entre si pela herança do pai. A terceira é durante a Segunda Guerra Mundial com
o mecânico Torres descobrindo que as aeronaves de seu porta-aviões estão sendo
abatidas por uma nave que não pertence aos inimigos.
Lançado em 2016, o primeiro O Contadorchamava atenção pelo
protagonista neurodivergente vivido por Ben Affleck, mas além disso era um
suspense moroso, com poucos elementos marcantes. Não era um filme que me
deixava curioso por mais, nem parecia ter sucesso ou fãs pedindo por uma
continuação. Ainda assim esse O Contador
2 é lançado quase dez anos depois do original e continua sendo um suspense
meia boca impedido de mergulhar no completo tédio por conta do protagonista.
Identificando padrões
A trama começa com o assassinato
de King (J.K Simmons) durante a investigação a um esquema de tráfico de
pessoas. A agente Marybeth (Cynthia Addai-Robinson) relutantemente pede ajuda a
Christian (Ben Affleck) para ajudar a descobrir o que aconteceu, já que o nome
dele estava nos arquivos de King. No percurso, Christian também é auxiliado
pelo irmão Braxton (Jon Bernthal) de quem tenta se reaproximar.
Refazendo o suspense argentino 4x4 (2019), este Confinado soa como mais um remake
hollywoodiano voltado para o público estadunidense com preguiça de ler
legendas considerando que o original argentino não é tão antigo. É uma
tentativa de mesclar thriller com uma
reflexão sobre classe social e desigualdades da vida urbana, mas não executa
bem nenhuma dessas ideias.
Confinamento veicular
A narrativa é centrada em Eddie
(Bill Skarsgard) um criminoso pé de chinelo que está tentando juntar dinheiro
para pagar suas dívidas e tentar rever a filha, cujos direitos de visitação
perdeu por conta de seus problemas legais. Um dia ele vê uma SUV de luxo parada
em um estacionamento deserto e tenta abri-la na esperança de encontrar algo de
valor. Ao entrar ele se vê trancado no carro e uma voz vinda do computador de
bordo se anuncia como William (Anthony Hopkins), um homem que transformou o
carro em uma armadilha para criminosos. Transformando o veículo em uma câmara
de tortura digna do Jigsaw de Jogos
Mortais, William tenta punir Eddie enquanto ele tenta pensar em um meio de
sair dali.
Depois de uma excelente primeira
temporada que manteve a essência do primeiro game ao mesmo tempo em que
expandiu alguns elementos do seu universo, The Last of Uschega a sua segunda temporada com um desafio ainda maior. O
segundo game não é apenas mais longo e mais moralmente ambíguo, ele depende de
muitos elementos específicos da linguagem dos games para construir sua reflexão
sobre violência de maneira impactante.
Consequências violentas
A trama se passa alguns anos
depois da temporada anterior. Ellie (Bella Ramsay) e Joel (Pedro Pascal) agora
vivem na comunidade liderada por Tommy (Gabriel Luna). Apesar de seguros, Ellie
e Joel estão distantes um do outro. Porém quando Joel é morto por Abby (Kaitlyn
Dever) como vingança pelo que aconteceu no hospital dos Vaga-Lumes, Ellie
decide partir em uma jornada de vingança, mesmo que isso contrarie os conselho
da comunidade.
Continuando de onde Missão Impossível: Acerto de Contas(2023)
parou, este Missão Impossível: O Acerto
Final não é apenas uma finalização da história iniciada na aventura de
2023, mas também uma culminância de toda a franquia até aqui. Tal como
aconteceu em Vingadores: Ultimato(2019),
outro filme que também era a culminação de toda uma série de filmes, esta que se
pretende a ser a aventura derradeira de Ethan Hunt sofre por querer ser mais do
que um filme, funcionando como uma grande “volta olímpica” da franquia
celebrando a si mesma resultando em algo que por vezes soa demasiadamente
inchado, cedendo sob o peso da própria megalomania.
A soma de todas as escolhas
Não que seja ruim, longe disso,
mas o filme anterior conseguia ser grandiloquente e refletir sobre o percurso
de Ethan Hunt (Tom Cruise) até aqui sem parecer tão explicitamente fanservice, oferecendo uma aventura que
colocava o pé no acelerador desde o primeiro momento e só parava quando os
créditos subiam. Aqui a trama começa com Ethan precisando descobrir o que a
chave cruciforme que obteve no final do filme anterior é capaz de abrir. A
chave representa a última chance de parar a Entidade, uma perigosa IA que
começou a atacar os sistemas dos arsenais nucleares do mundo e, caso tome o
controle deles, pode eliminar toda humanidade. Com poucos dias e poucas pistas
antes do iminente apocalipse, a única chance de Ethan é rastrear Gabriel (Esai
Morales).
Lançado em 2019, Devorar trabalha o horror corporal de
uma maneira diferente do que estamos acostumados a ver em produções como as do
Cronenberg ou da Julia Ducournau. Ao invés de transformações bizarras e bastante
explicitas que despertam nossa angústia e até repulsa, o desconforto causado
aqui é mais pelo temor das consequências do que a protagonista faz com o
próprio corpo do que pela criatividade de modificações corporais insólitas.
Fome de viver
Não que as ações da protagonista
Hunter (Haley Bennet) não sejam bizarras. Recém-casada, Hunter vai morar com o
marido em uma remota mansão que seu sogro lhes deu de presente de casamento.
Ela agora é uma dona de casa que vive isolada, recebendo visitas apenas dos
sogros e de amigos do marido. Hunter se torna totalmente do cônjuge, que passa
a exercer muito controle sobre a sua vida. Isso se agrava depois que ela
engravida e a família do marido para a controla-la ainda mais, como se ela
deixasse de ser uma pessoa para apenas ser um veículo para o filho nascituro. É
aí que ela começa a desenvolver o hábito de comer estranhos objetos,
inicialmente com coisas como bolas de gude, mas logo ingerindo coisas mais
perigosas como pilhas ou tachinhas.
Fui assistir Caos e Destruição por ter sido dirigido por Gareth Evans,
realizador responsável pelos dois Operação
Invasão. Ainda que o filme até tenha bons momentos de adrenalina, o
restante é derivativo demais para oferecer algo digno de nota.
Metrópole corrompida
A trama gira em torno de Walker
(Tom Hardy), um policial corrupto que tenta se reaproximar da filha pequena
depois que suas ações o afastaram da família. As coisas se complicam quando ele
recebe a incumbência de resgatar Charlie (Justin Cornwell), filho de um
importante e corrupto político da cidade, Lawrence (Forest Whitaker), a quem
Walker costumava servir. Depois de um roubo que deu errado, Charlie
acidentalmente iniciou uma guerra de gangues, estando na mira de vários grupos
criminosos e da polícia.
Misturando comédia e thriller, a produção Um Pequeno Favor(2018) foi uma
divertida surpresa por conta da interessante dupla de protagonistas. Era, no
entanto, uma história que não pedia continuações e que provavelmente,
considerando o desfecho rocambolesco do filme, não teria muito a ganhar
expandindo a história. Ainda assim o filme recebeu uma sequência neste Outro Pequeno Favor e o resultado é
exatamente o que eu temia.
True crime suburbano
Depois dos eventos do primeiro
filme, Stephanie (Anna Kendrick) lançou um livro narrando toda sua experiência
que viveu com Emily e transformou seu canal sobre maternidade em um canal de true crime, embora não tenha obtido o
sucesso esperado. Tudo muda quando Emily (Blake Lively) reaparece em sua vida,
chamando Stephanie para seu casamento na Itália. De início Stephanie reluta,
mas aceita o convite quando Emily ameaça processá-la pelo uso indevido de seu
nome e imagem no livro. Chegando na Itália, Stephanie descobre que o noivo de
Emily, Dante (Michele Morrone), é membro de uma poderosa família mafiosa. As
coisas se complicam quando corpos começam a aparecer na festa de casamento.
Estrelado por Jack Quaid (de The Boys) e Sophie Thatcher (de Yellowjackets e Herege) o suspense Acompanhante
Perfeita usa sua premissa de ficção científica para ponderar sobre
objetificação da mulher e masculinidade tóxica. O casal Josh (Jack Quaid) e
Iris (Sophie Tatcher) viaja para passar um final e semana na casa de um casal
de amigos de Josh, Sergey (Rupert Friend) e Kat (Megan Suri). Quando Sergey
tenta estuprar Iris, ela o mata, mas então descobre a verdade sobre si: ela é
um robô programado para amar e servir Josh. A partir daí os habitantes da casa
pensam no que fazer com Iris enquanto ela pensa em meios de fugir do local para
não ser destruída.
Alma plástica
O início do filme vai dando
pistas sutis sobre quem Iris é de verdade fazendo a revelação soar orgânica ao
invés de um choque súbito. Ainda assim, penso que essa revelação teria mais
impacto se fosse construída a partir do ponto de vista da personagem ao invés
de um olhar mais onisciente da narrativa, com ela “apagando” depois de ouvir o
comando de desligamento de Josh e acordando algemada sem saber o que aconteceu
até que os outros personagens explicassem para ela a verdade sobre si.
Depois de um interessante
primeiro longa em Fresh (2022), a
diretora Mimi Cave nos traz este Holland,
que tenta construir uma atmosfera de mistério e estranhamento, mas que termina
sendo mais uma história sobre como a idílica vida de classe média em uma
pequena cidadezinha estadunidense pode ser mais sombria do que parece. É uma
produção que atira em várias direções ao mesmo tempo e que não é certeira em
nenhuma, dependendo do carisma de Nicole Kidman para manter tudo coeso.
Perfeição artificial
A narrativa é protagonizada por
Nancy (Nicole Kidman), uma dona de casa na pequena cidade de Holland, um
lugarejo no interior dos Estados Unidos que tenta emular o estilo de vida na
Holanda. Ela tem uma vida aparentemente pacata ao lado do marido, Fred (Mathew
Macfadyen), e do filho, Harry (Jude Hill). Essa existência aparentemente
perfeita é maculada quando Nancy descobre papeis relativos as viagens de
trabalho do marido que provam que ele não ia para as cidades que dizia que ia.
Imediatamente Nancy começa a investigar os hábitos de Fred e alista o colega de
trabalho Dave (Gael Garcia Bernal) para ajudá-la. Ao curso da investigação os
dois se aproximam ao mesmo tempo em que descobrem coisas sombrias a respeito de
Fred.
É curioso que este Presença, filme de 2024 de Steven
Soderbergh tenha chegado aqui depois do filme mais recente do diretor, Código Preto. Se Código Preto trazia o realizador de volta a algo menos experimental
que seus últimos filmes, Presença é
um trabalho mais conceitual de Soderbergh em termos de como ele conta a
história.
Câmera-olho
A câmera é uma presença constante
em cena, mas ela opera de maneira relativamente paradoxal. Apesar de estar
fisicamente no espaço em muitos casos ela age como um olhar onisciente sobre
aquele universo ficcional, com os personagens nunca reconhecendo a presença do
dispositivo, sendo simultaneamente uma presença e uma ausência. De certa forma
a câmera age como um espectro, uma assombração, vendo sem ser vista. Soderbergh
leva isso para a literalidade ao contar toda a história de Presença do ponto de vista de uma assombração presente em uma casa.
A câmera funciona aqui como o olhar etéreo dessa entidade que vaga pelo imóvel.
Nos últimos anos o diretor Steven
Soderbergh se entregou a vários experimentos no audiovisual, desde
experimentações com modos de filmar, realizando filmes com celulares como Distúrbio(2018) e High Flying Bird (2019). Experimentou com formatos narrativos como
na série Mosaic (2018) e também
experimentou com formas de distribuição em diferentes produções para streaming como A Lavanderia(2019), Let Them All Talk (2020) ou Nem um Passo em
Falso (2021). Ele deixou de lado o experimentalismo dois anos atrás com o fraco Magic Mike: A Última Dança(2023). Código Preto, por
sua vez, segue essa fase menos experimental do realizador e
entrega o melhor trabalho de Soderbergh em muito tempo.
Espião contra espião
A trama é protagonizada pelo
agente de inteligência George (Michael Fassbender) que recebe a informação de
que cinco de seus colegas podem ter roubado uma poderosa arma digital, um
desses colegas é sua esposa, Kathryn (Cate Blanchett). Agora George precisa
descobrir quem se apoderou da arma e onde sua lealdade, com a missão ou com seu
casamento, reside.
A divulgação da série Paradise, nova série do Disney+,não me atraiu muito. Produzida
pelo mesmo responsável por This is Us,
tudo fazia parecer que seria mais uma série investigativa com suspense e
intriga ao acompanhar um agente do serviço secreto que precisa investigar o
assassinato do presidente dos Estados Unidos com quem ele tinha uma desavença
pessoal. A impressão é que era mais um suspense sobre os bastidores do poder,
mas o final do primeiro episódio traz uma reviravolta que insere a narrativa em
uma ficção científica distópica e aí tudo se torna mais interessante. Aviso que
o texto contem SPOILERS da série.
Paraíso perdido
O agente Xavier Collins (Sterling
K. Brown) está há anos cuidando da segurança do presidente Cal Bradford (James
Marsden) quando ele é assassinado. Xavier guardava um rancor do presidente por
algo do passado, mas ainda assim precisa desvendar o crime. Anos atrás, ao
proteger o presidente de um atentado, Xavier ganhou a confiança do presidente e
se tornou um dos poucos a saber de uma catástrofe iminente que poderia destruir
o planeta.
Olhar para o passado pode nos
permitir analisar o presente. É isso que A
Ordem faz ao contar a história real da investigação do FBI que desbaratou
um grupo neonazista que estava acumulando fundos para tentar fomentar um golpe
de estado na década de 80. Por mais que seja uma trama sobre eventos que
aconteceram há quarenta anos, o filme não deixa também de pensar em como isso
impacta na contemporaneidade.
Guerras secretas
A trama se passa em 1983 e
acompanha o agente do FBI Terry Husk (Jude Law), que é enviado para
reestruturar um escritório do FBI no interior de Idaho. É aparentemente um
posto vazio, sem muita ação, algo que Husk deseja para poder ter a chance de se
reconectar com a esposa e a filha. As coisas, no entanto, não continuarão
tranquilas. Um policial local, Jamie (Tye Sheridan), avisa Husk de suas
suspeitas de que a onda de assaltos a banco e roubos de carro forte que assolam
a região podem estar conectadas a grupos neonazistas que estão acumulando
recursos para planejar alguma grande ação.
Confesso que não imaginei que um
filme focado no que é basicamente o TSE do Vaticano conseguiria me manter tão
interessado, mas é exatamente isso que Conclave,
novo filme de Edward Berger (responsável por Nada de Novo no Front), faz. Claro, o foco é mais nas intrigas da
votação do que na burocracia em si, analisando as disputas de poder que ocorrem
no coração da fé católica.
Eleição disputada
A trama é centrada no cardeal
Lawrence (Ralph Fiennes), reitor da Santa Sé que fica incumbido de organizar o
Conclave depois da morte do Papa. Com o colegiado dos cardeais isolados eles
precisam votar para eleger um novo Papa. A votação, porém, não é um debate
pacífico, com diferentes correntes disputando supremacia no pleito, segredos do
passado trazidos à tona e até o surgimento de novas figuras, como o misterioso
cardeal Benitez (Carlos Diehz), cuja nomeação foi feita em segredo pelo falecido
Papa anterior e sua chegada na eleição desperta curiosidade quanto à sua
legitimidade e intenções em relação ao pleito.