sexta-feira, 25 de julho de 2025

Crítica – O Esquema Fenício

 

Análise Crítica – O Esquema Fenício

Review – O Esquema Fenício
O diretor Wes Anderson se tornou famoso por seu estilo peculiar facilmente identificável e que a essa altura já foi bastante parodiado. Em O Esquema Fenício ele continua a exercitar seu jeito particular de conduzir tramas permeadas por personagens excêntricos, mas dessa vez soa como uma repetição de ideias que ele já fez antes.

Bilionário em fuga

A narrativa acompanha Zsa-zsa Korda (Benício Del Toro), um excêntrico e ardiloso bilionário que desenvolveu um esquema para enriquecer com um grande projeto de infraestrutura em um país remoto. Seus planos, porém, o tornam alvo de governos ao redor do mundo que tem interesses na região. Assim, Korda é constantemente alvo de tentativas de assassinato. Temendo que seus inimigos o peguem, Korda entra em contato com Liesl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet), sua filha mais velha de quem está afastado há anos. Liesl quer ser freira, mas Korda a convence a viajar com ele e ser a herdeira de seus empreendimentos caso ele sucumba aos ataques dos inimigos. Dessa forma, os dois viajam pelo país remoto tentando convencer os investidores de Korda a honrarem o esquema ao mesmo tempo em que tentam reparar o relacionamento problemático entre eles.

Histórias de pais ególatras com relações complicadas com filhos e tentativas de reparação não são exatamente novidade na filmografia de Anderson. Produções como Os Excêntricos Tenenbaums (2001) ou A Vida Marinha com Steve Zissou (2004) já exploravam esses temas e aqui a impressão é que o diretor não tem nada de novo a acrescentar a essas ideias previamente exploradas. Está tudo ali, o patriarca preocupado com o próprio legado, o personagem com problemas com uma figura paterna ou de autoridade. Muito do jeito blasé e desinteressado de Liesl remete, inclusive, à personagem vivida por Gwyneth Paltrow em Os Execêntricos Tenenbaums.

Aventura excêntrica

Mesmo não conseguindo evitar o senso de que Anderson está se repetindo, a produção ao menos diverte com as situações pouco usuais e personagens pitorescos que apresenta. Personagens que são elevados pelo amplo elenco de apoio. Da partida de basquete que irá decidir o destino de certos investimentos envolvendo os personagens de Bryan Cranston e Tom Hanks, passando pela prima vivida por Scarlett Johansson ou o professor de entomologia interpretado por Michael Cera, não faltam figuras interessantes para preencher a tela com sua excentricidade.

Estilisticamente a produção apresenta os elementos que já esperamos dos filmes do diretor, com enquadramentos simétricos, predominância de cores em tons pasteis e uso de maquetes em cenas de ação. Alguns dos momentos mais divertidos envolvem Korda tentando sobreviver a quedas de aviões e parte da graça vem do modo como a condução de Anderson explicita a artificialidade das maquetes e outros efeitos práticos usados para encenar os desastres aéreos, lembrando do ar fabulesco e lúdico do seu modo de contar histórias.

É por conta por conta do seu senso de humor peculiar que O Esquema Fenício consegue funcionar como uma aventura divertida, mesmo deixando evidente que já vimos Wes Anderson fazer coisas muito similares antes.

 

Nota: 6/10


Trailer

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