terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Crítica – Jumanji: Próxima Fase



Análise Crítica – Jumanji: Próxima Fase


Review – Jumanji: Próxima Fase
Ninguém estava esperando muita coisa de Jumanji: Bem Vindo à Selva (2018). Na verdade, talvez tenha sido essa exata baixa expectativa que permitiu que o filme se tornasse um imenso sucesso de bilheteria, arrecadando quase um bilhão de dólares. Na Hollywood de hoje, quando um filme faz esse tipo de dinheiro, é inevitável fazer uma continuação, mesmo quando o material não deixava muito espaço para isso. Assim, este Jumanji: Próxima Fase existe praticamente como uma exigência de mercado e o resultado final deixa claro que estamos diante de um produto de estúdio sem alma.

Na trama, dois anos depois dos eventos do filme anterior, os quatro protagonistas, Spencer (Alex Wolff), Bethany (Madison Iseman), Martha (Morgan Turner) e Fridge (Ser’Darius Blain) se reencontram em sua cidade de origem durante o Natal. Spencer sente falta da sensação de invencibilidade que experimentou quando estavam em Jumanji e entra mais uma vez no jogo, obrigando os demais a resgatá-lo. Além dos quatro protagonistas outras duas pessoas são sugadas para dentro do jogo, o avô de Spencer, Eddie (Danny DeVito), e o melhor amigo de Eddie, Milo (Danny Glover).

O que segue é praticamente uma repetição do primeiro filme, envolvendo uma caçada por uma joia mística que foi roubada por um poderoso guerreiro. A trama do jogo dentro filme ser a mesma seria até compreensível por se tratar de um videogame, mas o problema é que mesmo os arcos dos personagens são os mesmos do filme anterior. Spencer enfrenta sua falta de autoconfiança para dizer a Martha como se sente, Fridge reclama por estar em um corpo pouco atlético e daí por diante, tudo exatamente igual ao que vimos antes.

O humor, que já era repetitivo no filme original ao construir piadas sempre em cima do único traço de personalidade de cada personagem, já soa desgastado pelo excesso de repetição e raramente faz rir como deveria. A exceção fica por conta do personagem de Danny DeVito, já que ver Dwayne “The Rock” Johnson e Awkwafina emulando a voz, o jeito de falar e os maneirismos do personagem mau-humorado de DeVito são os melhores momentos do longa, ainda que não o suficiente para fazer a fita parecer menos desgastada e cansativa.

A subtrama da rivalidade entre Eddie e Milo, por sinal, é a única coisa que o filme apresenta que realmente soa como um arco dramático de personagem sem soar uma mera reciclagem. A questão é que quando os problemas passados deles são revelados, soam muito simples para todo drama que foi criado a respeito, resultando em algo anticlimático e sem impacto. É também estranho que o filme torne esse arco praticamente o centro da narrativa e deixe os personagens com tão pouco o que fazer, mantendo-os estagnados ao invés de desenvolvê-los.

Jumanji: Próxima Fase não tem muito a oferecer além de mais do mesmo, sendo uma daquelas continuações preguiçosas que se limita a repetir o original sem muito esforço de tentar aprofundar seu universo ou personagens.

Nota: 5/10


Trailer

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